sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

O Presidente Enfermo


                                            
      O otimismo reinante sobre o estado de saúde do Presidente Jair Bolsonaro,  e a consequente expectativa de sua próxima alta, a ser-lhe concedida pela equipe médica no Hospital  Albert Einstein, fica submetido a inevitável compasso de espera, diante da inesperada mudança na situação do estado clínico presidencial.
        A nova notícia - e se deve reconhecer que nos últimos dias elas não têm sido das melhores - refere-se à circunstância de que o Presidente precisará ficar hospitalizado por mais cinco a sete dias, segundo afirmou o cirurgião Antonio Luiz Macedo ao Estadão. Na noite anterior, Bolsonaro teve febre (38ºC) e uma tomografia detectou  quadro de pneumonia, conforme boletim médico divulgado a sete do corrente, pela equipe médica do Hospital Albert Einstein, onde o presidente está internado desde o dia 27 de janeiro para a cirurgia de retirada da bolsa de colostomia. A previsão inicial de alta era para hoje.  
        Ainda segundo o boletim, Bolsonaro "continua sem dor, com sonda nasogástrica, dreno no abdômen e recebendo líquidos por via oral em associação à nutrição parenteral (pela veia)". Por ordem médica, as visitas permanecem restritas.
          "Ele está tomando antibióticos, fazendo fisioterapia, andando no corredor, mas isso vai levar mais ou menos de cinco a sete dias para ser completamente debelado", disse  o cirurgião Macedo, reforçando que o presidente precisará continuar no hospital durante esse período.  "Se tiver alta daqui, vai ter uma sobrecarga absurda de trabalho e pode comprometer a saúde."
          O médico classificou a pneumonia como "sutil e leve" e disse que o quadro foi causado por uma fraqueza após a cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal, realizada no último dia 28, que não alarma a equipe médica.  "É uma coisa bem levezinha", disse Macedo.
          "Não é uma complicação cirúrgica, mas é uma complicação que pode ocorrer pelo enfraquecimento que uma cirurgia grande dessas acarreta, apesar da alimentação parenteral e de todos os cuidados." Por enquanto, o presidente recebe apenas alimentação e hidratação pela veia. Ainda não há previsão  para retomada da alimentação sólida.
           Por sua vez, o Porta-Voz, Otávio Santana do Rêgo Barros, a equipe médica estuda a possibilidade de Bolsonaro ter de tomar café - bebida de que ele não gosta - antes da alimentação sólida. 
            Na coletiva, o porta-voz da Presidência disse, entre outras coisas, que a preocupação dos médicos não foi alterada após a constatação da pneumonia e da febre. Segundo ele, um novo antibiótico deve ajudar a combater o quadro. "Os médicos não mudaram os procedimentos com relação à administração de drogas, exceto a inclusão de uma nova droga. Não me pareceu, segundo eu conversei com os médicos, uma alteração no nível de preocupação", declarou o porta-voz.
             Segundo Rêgo Barros, Bolsonaro tem feito orações e está "convicto" na ação dos médicos. Sem embargo, na entrevista coletiva,  o general Rego Barros disse que Bolsonaro ficou "triste" ao ser diagnosticado com pneumonia, mas segundo o porta-voz, o presidente "já recuperou o bom humor e está confiante que a situação será revertida rapidamente".

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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