quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Os inúteis apelos da May


                              
        A primeira Ministra volta hoje ao Parlamento, para de novo pedir apoio ao seu plano de separação da U.E. , ainda que semanas antes do prazo final (29 de março). Com a sua comovente superficialidade, como acionara o artigo 50, que estipula um cronograma de dois anos, ela firmemente acredita que tudo vá  funcionar como se a burocracia agora tenha plenas condições de funcionamento. Embalada por tal miragem, e para afastar o Reino Unido da Comunidade Europeia,  ela contraria os planos e sobretudo os sonhos de muitos jovens (V. palavras do antecessor John Major).
          Nesse sentido, ela quer sair com um acordo, embora não tenha muito clara a programação que terá pela frente. Por isso, tem pedido a Westminster prorrogações de prazo, porque ela se encasquetou que tem condições de viabilizar um acordo de separação, com o backstop ao cabo, como verdadeira cereja de bolo.  Tal mirífico acordo supostamente evitaria os controles na fronteira entre a Irlanda do Norte, território britânico, e a Irlanda que faz parte da UE.
             Pelo que dizem os técnicos no assunto, são indizíveis as dificuldades criadas pelo backstop, e dai a extrema improbabilidade de que ele possa vir a ser construído, como especial homenagem à Senhora May.
               Há um óbvio segredo no ganhar tempo.  Se é feito debalde, e se o tal backstop não passa de miragem, as perspectivas de um brexit duro, de repente sem qualquer acordo,  torna-se incômoda realidade,  que não consegue lidar com a decorrente burocracia, assim como com a inerente dificuldade na construção do backstop, que pode estar na mente confusa de Mrs. May, mas não nos países arrastados para uma burocracia complexa e pouco manejável.
                 Daí, esse ganhar tempo da May pode não resolver coisa alguma, e criar um imbroglio burocrático a que não interessa a nenhum dirigente comunitário resolver, porque se foi feito por causa de Theresa May, que ela cuide de solucioná-lo...

( Fontes: O Estado de S. Paulo, The  Independent )

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