As Olimpíadas
estão aí. O problema será definir se temos a ver com simples constatação ou se
é expressão de fundada inquietude.
Vinda da França a notícia de que um
brasileiro (?) cuidaria da preparação de atentado do E.I. (exército islâmico).
Pensávamos acaso que não haja brasileiros nas fileiras da organização do
'califa' al-Bagdaadi? Pois parece que conterrâneo nosso deseja visitar logo as huris que, segundo dizem, esperariam
sequiosas os mártires da fé.
Dada a bagunça que aqui reina, não é
de estranhar que a mistura Brasil atual x infiltração terrorista = gere
inquietude no além-mar, além de alguma preocupação em Pindorama.
Vejam, por exemplo, como o governo
interino de Francisco Dornelles trata o
contingente que para cá foi transferido
para cuidar da segurança nos Jogos Olímpicos.
Foi tão ruim o tratamento reservado
aos policiais na instalação, que muitos já consideram a alternativa de se
mandar. Eis o 'tratamento': a hospedagem
é em apartamentos do Minha Casa/Minha
Vida, em Jacareaguá (uma das regiões mais quentes da Cidade Maravilhosa).
Com dois quartos, recém-entregues pelos construtores, as unidades não têm
chuveiro, nem camas. A TV Globo mostrou ontem vários agentes carregando
colchões por eles adquiridos no
'comércio' vizinho. Não estranha, portanto, que haja muito pessoal tendo de
dormir no chão. Tampouco surpreende que não tenham recebido diárias, e que
estejam 'hospedados' em área vizinha a favelas dominadas por traficantes e
milicianos.
Mas o cordão de 'bondades' não pára por aí. As declarações da autoridade
responsável pela Segurança em Grandes Eventos (sic), o Sr. Andrei Augusto
Rodrigues, são as seguintes: "as diárias estão atrasadas por questões burocráticas e
o dinheiro sairá nas próximas horas" (sic)
Não obstante, a burocracia pode
até planejar: "os agentes que trabalharão nos Jogos começaram a ser
formados há mais de ano em Brasília. Recentemente, fizeram exercícios
simulados, especialmente no Parque Olímpico". É de notar-se que esse
grupamento principiou a chegar ao Rio no dia cinco deste mês de julho. No
momento, há três mil policiais (enraivecidos e mal-tratados) da Força Nacional
na cidade do Rio de Janeiro. E anotem!
Outros três mil devem chegar para a Olimpíada. Esses agentes ficarão
responsáveis pela segurança das instalações olímpicas e do entorno das áreas de
competição.
E ainda que mal pergunte: quando
esse pessoal terá tratamento não burocrático, de maneira a que se preocupe
também com a gente que estiver
assistindo à festa olímpica? Isso
implicaria em alojamento decente e plenas condições de funcionamento. Sabemos que eles aqui estão para servir no
Rio, mas, convenhamos, será necessário alojá-los em ásperas condições de
campanha e na cercania de favelas, onde moram e atuam traficantes e bandidos?
Que preparação é essa, que além de
colocar em campo gente mal-treinada, não lhes dá mínimas condições de alojamento ? Que qualidade de segurança
pode proporcionar um agente com treinamento deficiente, mal pago, e com as condições
de alojamento acima descritas ?
As Olimpíadas podem ser no
Terceiro Mundo. Só que é difícil de entender pra quê tanto realismo...
( Fonte: O Globo, TV Globo)
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