Na
maciota, Lula vai ao Nordeste e ao seu querido Pernambuco, no intento de manter
vivo o fogo que alimenta o eventual retorno da própria pupila.
Talvez a assertiva mais sanhuda esteja numa
entrevista à radio em Petrolina, no seu Pernambuco natal, de onde se retirou em
um pau de arara. Se a voz é a roufenha que conhecemos, o que diz serve para
manter o fogo sagrado dos movimentos sociais que sonham com o abandono das
peias do presente.
No microfone, a frase se vai
desdobrando como quem se arrasta no avanço lento da forma gutural da expressão,
para de repente dar o bote, ao rasgar num brusco tirante os panos que ora recobrem
o desativado espaço da quase prisioneira do Alvorada.
Para a velha raposa, não é que o
momento ora está "mais fácil" para derrubar o processo de impeachment da Presidenta afastada Dilma
Rousseff no Senado Federal? Manhoso, ele
vai lentamente desenrolando os próprios anéis. Como o jogador que tem poucas
cartas, e por isso é delas cauteloso, pelos
seus cálculos o resultado do processo está nas mãos de seis senadores.
O blefe não é que faça parte da essência de o que ele
quer transmitir. Além do microfone, o ouvinte imagina o sorriso manhoso de quem
escande tais frases, como quem envolve terna, ainda que guturalmente, as aladas
palavras com que o velho chefe político espera embelezar e reforçar a sua
pesada pupila.
É o que lhe sobra do vasto
latifúndio, na aparência pimpante e reluzente, que repassara à própria
discípula em tarde radiosa. Agora, sem privilégio de foro, ele palmilha o
Nordeste natal, enquanto vai deixando pelo chão, seja as supostas mensagens,
seja as próprias ilusões, que serão sempre aquelas de um náufrago do poder, em
que se pode lobrigar a cansada, rugosa catadura do homem marcado, que não logra
encarar o seu mundo que vê lenta, gradual e juridicamente desconstruído pelo
avanço de realidade que sente não mais ter condições de controlar como dantes...
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