Frank
Bruni dedica o seu comentário de hoje no New York Times ao tema do pessimismo nos Estados Unidos.
Segundo ele, a última vez que a reação
do povo americano foi positiva ocorreu logo após a reeleição de Barack
Obama contra Mitt Romney.
Subentendido, o prevalente pessimismo
explicaria a aparição e o apoio recebido pelo candidato Donald Trump.
Corresponderão as cores pesadas com que
o agora candidato do GOP visualiza os Estados Unidos da atualidade ao sentimento
prevalente no eleitorado ?
Por enquanto, tudo parece indicar que
sim, por mais grosseiras e até absurdas as colocações do suposto candidato do verão que atropelou o bando
de pré-candidatos republicanos, decerto ambiciosos, mas que não lograram
dissociar-se do pálio de mediocridade com que o forasteiro Trump soube envolvê-los.
Posta a premissa pelo articulista, ele se
pergunta se Hillary Clinton
projetará a própria imagem e não a do continuismo.
Quero crer que o eleitor americano
saberá distinguir entre Hillary e Trump, enquanto expressões de realidades
diversas. As bases de um e de outro diferem como a água do vinho, e não se pode
presumir que o eleitorado seja tão limitado a conformar-se com os lugares
comuns e as visões negativas com que joga Trump.
Além disso, é muito grande a diferença
entre a mensagem e visão dos dois
candidatos. Não foi à toa que o Presidente Barack Obama saudou Hillary Clinton
como a candidata mais preparada e com invejável curriculum vitae, nisto incluída a stamina e a visão nascidas de muitos obstáculos vencidos e de um invejável
cursus honorum - que o digam os cães
que latem ao passar de sua caravana.
Só não têm inimigos aqueles que pouco
ou nada representam. Além de ter o contexto político, o conhecimento que vem
tanto da academia e dos livros, quanto da universidade das ruas e praças,
permeia a Hillary uma realidade que lhe foi jogada ou concedida, de acordo com
os caprichos da deusa Fortuna que - é
sempre bom lembrar - podem ser cruéis, enganosos ou benfazejos.
Como nos ensina o hoje esquecido A. Toynbee as provações tanto das
culturas quanto civilizações podem ou não ser determinantes para a respectiva grandeza
ou ruína de suas respostas, que, em essência, têm a última palavra.
Assim, não há ventríloquos na
política e no embate das nações. Haverá, por isso, muita oportunidade para que
se faça a triagem entre os dois candidatos, e segundo a época e seus desafios,
vencerá quem melhor estiver preparado para mostrar ao respectivo Povo o caminho
e as escolhas mais adequadas.
( Fontes: A. Toynbee, The New
York Times )
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