Aludindo à operação dos hackers russos que, por ordens
superiores, intervieram no processo político americano, e entregaram ao Wiki-leaks os e-mails
do Partido Democrata, com o intúito de desestabilizar o processo político
americano, notadamente a Convenção democrata de Filadelfia, o candidato
republicano à Presidência, Donald Trump se
permitiu solicitar ao governo russo que tente desencavar os e-mails do servidor privado da então
Secretária de Estado Hillary Clinton!
Qualquer outro seria exprobrado como
vendilhão da pátria, mas parece que a personagens como Mr Trump sejam
permitidas e toleradas ações que ao comum dos mortais representariam causa de
sérios problemas jurídicos.
Pedir aos hackers - que não passam de agentes de gospodin Putin - que
exponham os famosos e-mails da
candidata Hillary, além de constituir convite a ação criminosa, implica em outros
problemas, como a incitação a interferir de modo ainda mais escrachado com a
alta política estadunidense do que na operação com os e-mails do Partido Democrata.
Por outro lado, incitar poderes
estrangeiros como o Kremlin que,
saudoso da antiga potência, sonha sob o punho de Vladimir V. Putin atingir o antigo nível de adversário de
Washington, a intrometer-se de tal maneira nas questões internas de Tio Sam, só
pode acudir como ideia ao cérebro de alguém como Trump.
O problema está em que Trump não é formalmente
o bobo da Corte. Ele, por um capricho do destino, é o candidato oficial do
Partido Republicano. Não se desconhece que
na Idade Média e no tempo do poder absoluto do soberano, esse personagem - o bobo da Corte - cuidasse
de fazer chegar aos ouvidos de Sua Majestade, sob o manto da facécia, certas
verdades que poderiam interessar ao Rei conhecer.
Mas hoje, nos poucos países em que a realeza
ainda prevalece, Suas Altezas não têm mais poder algum, nem recorrem ao
arcaismo desses antigos personagens.
Contudo, por algum capricho do
destino, a esse peculiar figurante que para muitos seria apenas o candidato do Verão, tudo semelha ser
permitido, inclusive declinar tolices como a sua admiração pelo Presidente de
todas as Rússias, Vladimir Putin, a quem acredita possa ter como amigo...
(Fonte subsidiária: The New
York Times)
Nenhum comentário:
Postar um comentário