Colunista do New York Times, faz
avaliação dos dois pré-candidatos à eleição presidencial com que concorda em
boa parte.
Partindo da premissa de que os dois
virtuais candidatos têm falhas (flawed) e defeitos, eles não os possuem de
forma idêntica. Na avaliação de Charles M. Blow, enquanto Trump cava mais fundo
os próprios buracos, Hillary permanece firme em alguns, e está conseguindo sair
de outros.
O colunista compara a sua alocução dada
no início do mês - que foi considerada importante discurso de política
exterior, e que foi avaliada como igualmente penetrante quanto o discurso
econômico em Ohio.
As respostas de Trump a tais análises
sólidas e penetrantes foram ou superficiais, através do Twitter, ou recheadas de inúmeras falsidades. O site PolitiFact - que chequeia afirmações
de Trump - avaliou a maior parte de suas assertivas como 'falsas' .
Segundo o Instituto Gallup, Hillary e Trump
estão entre os candidatos presidenciais pior
avaliados nos últimos setenta anos. Sem
embargo, a marca de Trump (42% negativo) supera de longe os 33% de Hillary.
Em dois discursos importantes - sobre política
externa e sobre política econômica,
Hillary apresentou análise séria, presidencial e contundente, das propostas do
rival republicano.
Também os supostos defeitos de Hillary,
reagindo aos ataques terroristas em Orlando e na Turquia, e ao Brexit na Inglaterra, que a
apresentam como muito cautelosa, começaram
a aparecer como firmes, serenos e ... presidenciais.
Já Trump coleciona tropeços, eis
que defronte desses desafios, ele
claudica e tropeça nas respostas, parecendo cada vez mais ... Trump.
O grande problema de Hillary está
no fato de achar-se sob o exame pendente do FBI acerca de seu
comportamento no que concerne ao famigerado terminal de servidor privado para e-mails, há quase quatro anos atrás, quando
foi Secretária (Ministra) do Departamento de Estado, durante o primeiro
quadriênio de Barack Obama.
Que o seu comportamento não haja inovado na matéria,
eis que antecessores seus dele se valeram (pela mera circunstância de que lhes
facilitava a própria missão diplomática), assim como que a autoridade competente
(o FBI) haja tardado quase quatro anos para vir afinal a submetê-la a esse
tardio exame burocrático, praticamente às
vésperas da Convenção de Filadelfia, será que tudo isso não semelha já o bastante para eximi-la de outras
tardas intervenções da burocracia federal ?
( Fonte: The New York Times )
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