domingo, 10 de julho de 2016

Noticias de dona Justa

                          

O Fim da Presidência Lewandowski


       Que seja data triste ou alegre, depende da atitude filosófica do observador. Em setembro, como anuncia mestre Elio Gaspari, finda o biênio do Ministro Lewandowski à frente do Conselho Nacional de Justiça.       
        Para os que lamentavam o período branco do CNJ, dada a tendência de Ricardo Lewandowski de ver com certa desconfiança o órgão que em boa hora nos trouxe o Ministro Nelson Jobim, e a consequente redução das atividades desse Conselho, a vinda da Ministra Carmen Lúcia promete ser  uma svolta (italiano para mudança radical, em geral positiva).
       A Ministra tem em geral boas posições - acabou com a censura nas biografias - e por isso o seu biênio como Presidente do Supremo (e por conseguinte, do CNJ) promete boas notícias.


De Pixulecos e otras cositas más


        Já Élio Gáspari nos fala de outra articulação, com o fim da presidência Lewandowski. Saindo das alturas, passaria para a segunda turma, na vaga de Carmen Lúcia, justamente aquela que cuida da Lava-Jato. A ideia que circula é que a permuta com Carmen Lúcia, realizada antes de setembro, ocorresse com algum colega que está em outra turma.  Como refere E.G., driblado Lewandowski ficaria longe da Lava Jato.
        Pegou muito mal - conforme referem os jornalões e seus editoriais - o suposto intento do Presidente Lewandowski (sempre segundo E.G.) de que a P.F. investigue quem criou o boneco inflável "Petralovski" que desfilou na Paulista.
         Será que estavam certos aqueles que não acreditaram que fosse possível que ministros do Supremo cometessem o erro assumido pela Secretaria de Segurança do STF, investindo contra manifestação protegida por cláusula pétrea da Constituição?    
       

As idas e vindas na Jurisprudência


          Saudada como se fosse um progresso permanente, a condenação em segunda instância  determinando a reclusão do condenado até que o juízo fosse concluído,  não parece ter um futuro promissor. Aquele ex-Senador de Brasília, se a moda pega, voltará a ficar em liberdade, enquanto correm na justiça os seus enésimos recursos (a sua prisão fora comemorada como se indicasse uma modificação permanente).
           Recordo-me de uma oportuna observação de um colega meu diante da objeção de um vizinho sul-americano, que reclamava que uma decisão (que antes favorecia a seu país) fora ab-rogada. A sua frase me impressionou e tomei a liberdade de chamá-lo de "Pensador do Alvorada", porque foi naquele cenário que pronunciou o respectivo dito : "Não há nada de permanente no subdesenvolvimento". Como já referi, essa frase emudeceu - não sei se de raiva ou de estupefação - o colega sul-americano.
          

Ataques contra o espírito da Lava Jato


             Diga-se a bem da Lava Jato e do Juiz Sérgio Moro, que os tribunais superiores não têm ousado levantar as suas prisões, seguindo nisso o exemplo do Supremo. O exemplo disso é o próprio filho do proprietário da Odebrecht, que apesar de todas as tentativas não logrou liminares que o libertassem da cadeia em Curitiba.
              Não é o que se tem visto no Rio de Janeiro e em São Paulo. Assim, o Ministro Dias Toffoli mandou soltar o ex-Ministro Paulo Bernardo, que havia sido preso uma semana antes. Sua decisão, inusitada, eis que queimou instâncias, foi cumprida pelo juiz da 6ª Vara Federal Criminal, de S. Paulo. Tendo sido obrigado a libertar o comissário petista em notório caso de retirar somas do consignado (empréstimo em geral feito por funcionários de baixo poder aquisitivo), o magistrado também liberou seis acusados de retirar somas de créditos de servidores públicos.
               Outro caso, ocorrido no Rio de Janeiro, reflete aspectos mais grotescos e consoantes com a decadência da ex-capital federal.  O Juiz de primeira instância Marcelo Bretas mandou prender o contraventor Carlinhos Cachoeira e o empreiteiro  Fernando Cavendish, da Delta. 
                De imediato, o desembargador Ivan Athiê, do Tribunal Regional da 2a. Região atende aos advogados e transforma as prisões em domiciliares.
                 Lembrando-se o público de que o esse desembargador já fora réu em processo que lhe causou o afastamento do tribunal por vários anos, o desembargador Ivan Athiê se declara impedido  e entra em férias.  As decisões foram revertidas e a dupla volta para Bangu, até que o Ministro Nefi Carneiro, do STJ, manda de novo soltá-los...
                 Até o presente, por fim, faltam menções a providências judiciais no que toca ao ex-Governador Sérgio Cabral, diante das diversas menções jornalisticas de somas que lhe teriam sido creditadas pelas empreiteiras de obras olímpicas (sem falar nas últimas delações a respeito).
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( Fontes: Folha de S. Paulo;  O  Globo)

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