Será a semana de Hillary Clinton, a
política mais conhecida dos Estados Unidos. Se dispõe de eleitorado certo, ela
também tem uma carteira invejável de gente... que a detesta, pelas razões mais
díspares possíveis.
Como já está por bastante tempo na ribalta,
não surpreende tampouco que muitas pessoas tenham formado - para o bem ou para
o mal - juízos finais a seu respeito.
Tais avaliações podem ser um tanto
desequilibradas. Por uma razão ou por outra, há de impressionar a violência
verbal que, em geral, lhe circunda os epítetos que os eleitores formulam,
cultivam ou deixam crescer a seu respeito.
Assim, no que toca à Hillary, por ser talvez
companheira de longa data nas fabulações da massa, os juízos tendem a ser robustos,
capazes de arrostar os desafios mais agressivos, ou então cortantes e ríspidos.
Conquanto esse conteúdo emotivo possa estar presente em formatos diversos, a
veemência estará sempre aí. É difícil encontrar algo morno e dúbio a respeito
da ex-chefe da diplomacia americana.
Veja-se, por exemplo, o julgamento que
produziu a seu respeito o chefe do FBI. Se ele a isentou de culpa - para
desaponto de seus adversários republicanos - tampouco hesitou em pespegar-lhe
frase que a definia como extremamente descuidada no tratamento dado ao seu
terminal privado de e-mails. A
violência verbal me pareceu despropositada, sobretudo se outros Chefes do
Departamento de Estado, tanto republicano, quanto democrata, não fizeram jus a
nenhuma qualificação nesse campo, em que também atuaram.
Por outro lado - e me perdoem se cito
uma vez mais a obra prima de George Orwell - as reações que ela
provoca podem parecer como sessões do GOP dos três minutos de ódio. Parece-me
que a intenção do autor de 1984 é
mostrar o aspecto ridículo dessas manifestações de fúria, sobretudo aquelas
rituais. Nesse sentido, a raiva que os republicanos votam a Hillary será para
muitos outros a principal razão por que devam absolutamente sufragar o seu
nome. Muito pior seria a indiferença. Se ela causa tanto animus, tanta raiva nas fileiras do Partido Republicano, todas as
minorias devem lembrar-se disso e aguentar as por vezes intermináveis filas - em
geral criadas pelos republicanos e seus acólitos - máxime em bairros de gente
pobre, velha, latina ou afro-americana, justamente porque esses senhores têm
medo do povão, daquele que teima em votar em quem está do lado dele, e nesse
sentido Hillary, na longa estirada das primárias sempre teve o apoio daqueles
que lhe acompanham a luta e a porfia pela gente de que os senhores do GOP temem o voto, e por isso inventam
toda espécie de truque sujo para torná-lo mais árduo e difícil.
Em consequência, o fato de Hillary aquecer o sangue de certa gente, de
motivar reações por vezes fortes inda que despropositadas, nos ajuda a entender
o que está em jogo nesta eleição. E não nos iludamos: a direita está nervosa,
porque o seu capitão é fraco e fanfarrão, e por isso a votação do povo unido
não será vencida, e ajudará a carregar, com a força e o ímpeto das grandes
correntes, toda essa resistência a um futuro melhor, com justiça para todos,
mas sobretudo para aqueles que mais dela careçam. Hillary pode ser o fanal de
uma grande corrente de progresso, liberdade e justiça para todos, e em especial
para aqueles que hão de comparecer em massa nas seções eleitorais, para
sufragá-la e, com ela, uma grande maioria capaz de varrer com o gerrymander na Câmara de Representantes,
além de restabelecer a pujança democrata no Senado Federal.
É por isso - e por outras razões
mais fortes - que vemos com emoção e entusiasmo crescer o nome da primeira
mulher a entrar na Casa Branca como Madam
President of the United States of America ! Essa reação, em verdade, se expressa de ambos
os lados. Nesse sentido, ela provoca mais do que avaliações, na verdade emoções
e rótulos em que a contundência estará presente, seja na direção do bem, seja
naquela do mal.
Pelo que se depreende das avaliações da
massa eleitoral, segundo os segmentos elas tenderão a serem mais cáusticas ou
contundentes do que o usual.
Não será à toa que ela se apresente como a
primeira mulher que reponta, em um grande partido, como candidata a Presidente dos Estados Unidos da América
Do outro lado, está o que muitos
definem como o anticandidato, aquele
que penetrou em festa fechada e resolveu o problema à sua maneira,
registrando-se no GOP e, para
surpresa da gente do ramo, conseguiu sair com a candidatura oficial depois de
atropelar toda a legião de descrentes...
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