Há indicações seguras de que Donald Trump - tornado
candidato único do Partido Republicano, após trucidar politicamente os seus
adversários dentro do GOP - caminha
para unir a legenda em torno de seu nome.
Tal fato - cuja importância não pode ser
diminuída nem relativizada - representa enorme avanço para a consolidação de um
pleito que até há pouco chegava a ser escarnecido não só pelo rank and file [1],
mas também combatido com crescente nervosismo pela alta hierarquia.
Custa acreditar que aquele senhor que
irrompera no verão passado, com a promessa de construir um enorme muro para
barrar a invasão dos estupradores mexicanos, e que atacara ícones do GOP, como o ex-candidato presidencial e
herói americano John McCain, além de provocar nervosas reuniões dos grandes do
partido, com juras de que Trump jamais lograria emplacar a nomination, hoje virou nome de consenso no Grand Old Party.
De repente, evaporou-se a nervosa e
irritada oposição até o último dignitário, e por certo já se prepara a recepção
em Cleveland, Ohio, onde se há de
confirmar a consagração daquele que fora alcunhado de fenômeno extemporâneo,
candidato do verão, que passaria tão rápido quanto os fads (caprichos extemporâneos) e as ilusões próprias dessa sazão.
Portanto, caro leitor, a pergunta que
encima esse blog virou coisa do
passado. Consoante indicam as agências, a base republicana já trata de unir-se
em torno do candidato único.
Não há dúvida de que, rompantes à
parte, o candidato do GOP caminha
para lograr o apoio de todas as alas do Partido.
Trump, de piada no início, e de sério
incômodo ou contratempo, na fase intermediária,
caminha para virar a escolha, se não universal do partido, o nome de
consenso, em que os eventuais adversários desapareceram literalmente da
fotografia.
Qualquer semelhança com a situação
em que se acham os democratas, com o enorme desgaste e a inútil oposição
interna movida por alguém que não é democrata de carteirinha - Bernie Sanders
sempre concorreu no Vermont como independente, e no Congresso se vincula aos
democratas por questão de conveniência legislativa, para participação em
comitês - configura situação grave e extrema para Hillary Clinton, que, ironicamente,
na eleição passada pronunciara belo discurso ao renunciar à própria pré-candidatura,
para não atrapalhar a postulação de Barack Obama.
Naquela ocasião, para expressar a respectiva discordância, Bill Clinton sacudia a respectiva cabeça. Desta feita, Hillary tem de sujeitar-se a primárias sem qualquer outro escopo, senão marcar a respectiva posição. Sem nada mais poder fazer, só lhe resta aguentar os efeitos da ambição ilimitada de candidato que persiste por persistir, apesar de não mais ter futuro algum. Dentro da lógica do despropósito que o caracteriza, não se poderia excluir a hipótese, por mais absurda que pareça, que o anime a perspectiva de destroçar a candidatura de sua rival...
[1] a tropa de apoio, em
tradução livre.
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