É de lamentar-se a decisão do Deputado Waldir Maranhão que com uma penada em requerimento da A.G.U. deu assunto aos jornais da segunda-feira no mundo, e o que é pior, nos faz parecer como país de opereta, ou, como querem alguns, que não deva ser levado a sério.
Depois da destituição do Presidente da
Câmara dos Deputados, por decisão do Supremo - quando deveria ter vindo da
própria Câmara, e da falta da estatura do deputado Maranhão, que é do baixo
clero, para o cargo do substituto do Deputado Eduardo
Cunha - o que não é só objeto das caricaturas de Chico Caruso, mas é opinião
generalizada - semelha mais do que razoável - e na melhor das hipóteses - a
impressão de que Sua Excelência não entendeu bem o requerimento do
Advogado-Geral da União, que não tem escatimado esforços em tentar reverter o
processo do impeachment.
Embora os frenéticos defensores de
Dilma Rousseff, com o A.G.U. à frente, pareçam estar de atalaia, é de
estarrecer que processo como o da declaração de impeachment pela Câmara dos Deputados que alguém possa presumir
seja suscetível de reviravolta de opereta.
Por mais piruetas que faça o seu
defensor ex-officio, e por mais em
desacordo com as condições que deva ter um presidente da Câmara, mesmo
interino, há um limite para tudo, se se atenta para a ordem jurídica e o devido
prosseguimento do processo que já passou faz muito para o Senado Federal.
E foi com base nisso, para pôr fim ao
ridículo de ação sem qualquer cabimento, nem valia, que o Presidente Renan
Calheiros já rejeitou a suposta decisão da Câmara de anular a votação anterior, que declarou impedida perante a Nação a Presidente Dilma Rousseff, ao determinar o prosseguimento da sessão do impeachment pelo Senado Federal.
A Câmara dos Deputados, por força dos
últimos acontecimentos, dá a impressão de estar desgovernada (ou que passaram a governá-la à distância). Não seria, acaso, de todo interesse que, nessa emergência, se
abandonem as soluções interinas que longe estão de corresponder ao que deveria
exigir a dignidade e a relevância da Casa do Povo, e que um grande nome - que
reponha a Câmara no seu devido lugar, de acordo com o respeito que se lhe deve de conformidade com o artigo 2º da Constituição Federal - e que, por conseguinte, possa
emergir personalidade à altura dos desafios da presente crise, como, por exemplo, Jarbas Vasconcellos ?
( Fonte: site de O
Globo )
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