Não surpreende que o Ministro José Serra, ex-candidato à
Presidência da República e com invejável cursus
honorum, já tenha solicitado para o Ministério das Relações Exteriores o
aporte de R$ 800 milhões, para
cobrir dívidas da Pasta, cujo orçamento
é de R$ 2,98 bilhões. Além disso tal verba não cobre as dívidas bilionárias do
Brasil com organismos internacionais, que as idiossincrasias de Dilma Rousseff
acentuaram.
É do comum conhecimento a inadequação da
Senhora Rousseff com as relações internacionais. Quando tinha que viajar, não
era inusitado vê-la sentada a uma mesa, sem interlocutores, pois ao contrário
de seu protetor, o gregário e simpático Lula, não recebia nem motivava qualquer
atenção de seus iguais na cena internacional. Talvez a diminuísse a consciência
desse impedimento, enquanto Lula era alcunhado de 'O Cara' (the Guy) por
Barack Obama...
O erro de Dilma Rousseff foi projetar na
instituição o incômodo e a raiva que sentia ao descobrir-se alijada do convívio
de seus pares, pela simples ação da própria falta de traquejo internacional.
No entanto, ela não deveria centrar na
instituição a raiva que lhe provocava ser tratada no seio dos chefes de governo
e de Estado como se fora ilustre desconhecida.
Mas foi o que aconteceu com a Casa de
Rio Branco. Até os militares respeitaram o Itamaraty, e o faziam pela atenção
devida a carreira de Estado, como é a deles. Não é por acaso que um Ministério
importante - não me estou referindo ao montão de secretarias inventadas pelo PT para abrigar tantas legendas de
aluguer - haja descambado para ter o menor orçamento da República!
Não surpreende, por conseguinte, que o
Ministro José Serra, ao cabo de suas primeiras reuniões com os Chefes da Casa,
tenha informado ao Planejamento que precisa de mais R$ 800 milhões, para cobrir
dívidas da Pasta, cujo orçamento reflete a pequenez e a desimportância que a
Rousseff atribuía à Casa de Rio Branco: R$ 2,98 bilhões, um dos mais baixos -
senão o mais baixo - da República! Esse
escândalo reflete, por si só, a incapacidade desta Senhora, inventada por Lula da Silva, de entender o que
significa o Ministério do Exterior para um país como o Brasil.
Os problemas financeiros do pessoal a
serviço do MRE - tanto diplomáticos quanto consulares e administrativos - já
refletiam a visão malsã e distorcida dessa Senhora, que é de esperar-se seja em
breve afastada definitivamente de sua posição, a que foi ascendida por um dos
maiores estelionatos eleitorais da história mundial.
Serra, que não é marinheiro de
primeira viagem no campo administrativo, pediu ao Ministro Romero Jucá, do
Planejamento, prioridade na análise dos dados, sublinhando, outrossim, que a
situação não é apenas "grave", mas sim "pré-falimentar".
Com a nossa pretensâo de ocupar
cadeira permanente no Conselho de Segurança, o Brasil deve às Nações Unidas US$ 275 milhões (i.e., R$ 960 milhões).
Somos o segundo maior devedor da ONU, logo após os Estados Unidos!
Estar no vermelho com os
organismos internacionais implica na perda do direito do voto. É uma vergonha
que isso ocorra agora, ainda mais se o país se julga digno de ocupar assento permanente
no Conselho de Segurança. É velho pleito do Brasil. Se o Presidente Franklin D. Roosevelt não houvesse
morrido a doze de abril de 1945, é quase certo que o Brasil teria ocupado, no
lugar da França, o assento permanente, pela própria vontade do Presidente
americano.
Estou certo de que com o Ministro José Serra, um grande homem
público, governador e prefeito de São Paulo, além de ter sido o nosso melhor
Ministro da Saúde (apesar de não ser médico), e não eleito diante da criatura
de Lula da Silva, Dilma Rousseff, que só no Brasil, onde ainda vige o sistema
do coronelato eleitoral até para Presidente, poderia perder para alguém tão
despreparado quanto a Pupila de Lula - estou seguro que o Itamaraty terá a
honra de ter à frente um grande Ministro, que sanará as divisões internas e
terminará com a fase em que a Pasta de Rio Branco se viu diminuída por
diplomacia partidária e sindicalista.
( Fonte: Folha de S. Paulo )
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