Temer enfrenta a sua primeira crise, com a saída de
Romero Jucá. O Presidente confiou na capacidade e na liderança de Jucá, porém
não teve presente, como devera, a condição do Ministro do Planejamento de
investigado na Lava-Jato.
Surgiu agora o grampo e só os Candide
acreditarão no acaso. Por isso, todo o cuidado será pouco, pois o interesse das
forças adversárias será enfraquecer e,
se possível, desmoralizar a nova Administração, para não tornar assim tão
difícil uma reviravolta no processo do impeachment.
Por isso, o Presidente interino não
vacilou, e não tentou manter o correligionário, em cuja atuação confiara.
Como assinala o colunista de O Globo,
Merval Pereira, é necessário ter presente que a tarefa precípua à frente é a de
restabelecer a confiança da sociedade no
governo e na política.
Houve, decerto, episódios no novel
governo Temer que vão na contramão desse sentir, como na tentativa de
nomear o advogado Antonio Mariz para
Ministro da Justiça, o que desvelou insensibilidade para a possibilidade de
eventual atuação que vá na contramão da grande maioria da sociedade.
Como pensar neste seu amigo que
assinou manifesto contra as delações premiadas, e que tinha críticas à atuação da P.F. , do Ministério Público e
da Lava-Jato? O próprio Jucá, a sua
conhecida eficiência e traquejo administrativo o terão feito esquecer a
circunstância de ter problemas com a Lava-Jato?
No mesmo contexto, provoca certa
estranheza a indicação de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Nesse sentido, os
próprios auxiliares de Temer sentem que
o próximo na lista a ser alvo de exposição é o político potiguar. No caso de Alves, por uma "dívida de
gratidão", ele foi o primeiro ministro de Dilma Rousseff a deixar o cargo
para acompanhar a decisão do PMDB de
desembarcar do governo petista.
Como noticia O Globo, o PGR
Rodrigo Janot pediu a inclusão do nome
de Henrique Alves e outros políticos, entre eles o ex-Presidente Lula da Silva,
no maior inquérito em curso na Lava-Jato. As evidências contra Alves apareceram
em trocas de mensagens com dirigentes executivos da OAS. Há no entanto de parte
de deputados do PMDB a posição de que o governo deva "ter paciência com
Alves".
Segundo o deputado Hugo Motta
(PMDB-PB) "Os ministros são investigados, mas não estão condenados. No
caso do Jucá teve o agravante do áudio, o que não tem com o Henrique".
O senhor Sérgio Machado,
ex-presidente da Transpetro e homem de confiança de Renan Calheiros,
acompanhado de audio flagrou o Ministro do Planejamento em conversa com Machado
sobre um pacto contra a Lava-Jato. Nessa
gravação de março, Jucá disse ao
ex-senador que era preciso"estancar
a sangria" causada pela operação,
conforme estampa O Globo em
primeiríssima página.
Segundo consta, Machado
também grampeou o Presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-presidente José Sarney - o que terá deixado a cúpula do
PMDB alarmada.
( Fonte: O Globo
)
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