Ao contrário do passado, a candidatura do milionário
Donald Trump - que até agora financiou a participação nas primárias com os
próprios fundos - pretende valer-se da estrutura do Partido Republicano para
colher contribuições para a respectiva campanha.
A partir de agora, o milionário Trump
espera ter apoio da experiente rede do GOP
para abastecer a respectiva bolsa, deixando de valer-se dos próprios milhões de
dólares.
Será uma transição não especialmente
fácil para ser empreendida, dada a reticência não só das instâncias
partidárias, mas sobretudo dos grandes financiadores das causas (conservadoras)
do GOP.
Tome-se, v.g., os paradigmáticos irmãos
(petroleiros) Koch, que até o momento não tem demonstrado muito interesse em financiar
a campanha do magnata hoteleiro. Tem-se empenhado, no entanto, na campanha para
o Senado, interessados em que os republicanos lá mantenham a respectiva
maioria. Já quanto à Câmara dos
Representantes, o interesse parece morno, dadas as presentes condições do
gerrymander prevalecente desde o censo de 2010, logo depois da tunda apanhada
pelos democratas, por cortesia do ainda inexperiente Barack Obama...
Estamos ainda a muitos meses do embate da
eleição. Por enquanto, a vantagem na votação indireta (que é a que conta) é
largamente de Hillary Clinton com 347 delegados contra 191
para Trump.
Mesmo perdendo 5% em cada estado, a
candidata democrata ainda venceria. Só se cair 10% em todos os estados é que
Hillary perderia para Trump.
Por ora, os estados azuis (aqueles com maioria democrata) superam de longe os vermelhos (aqueles com vantagem
republicana). Nunca é demais, de resto,
sinalizar mais uma idiossincrasia estadunidente. Lá estado vermelho quer dizer
favorável ao GOP, enquanto na maioria
esmagadora dos países vermelho é a cor da esquerda, e azul da direita. Não, nos
EUA, em que um red state (estado
vermelho) quer dizer estado conservador, em que os republicanos têm maioria... E
o blue state (estado azul) indica que
é progressista e favorece o Partido Democrata...
Just for the record[1], o nome de Hillary Clinton é mencionado
juntamente com o de Donald Trump, como se ela também não mais tivesse
adversário no campo democrata. Embora a nomination seja inalcançável por Bernie
Sanders (que continua disputando as primárias restantes), tecnicamente o
Senador por Vermont ainda está na liça. Ao que parece, Sanders prefere
permanecer, tanto para incomodar Hillary, quanto para marcar posição na
esquerda. Mas na realidade seria só para inglês ver, a menos que haja algum
desenvolvimento hoje imprevisível.
Dada, no entanto, a própria
agressividade (já questionou até a capacidade de Hillary de governar, e o fato
de tê-la atacado algo pesadamente no plano de aceitação de donativos de Wall-Street), ele tornou extremamente
improvável que a virtual candidata venha a convidá-lo para compor a chapa democrata, ele na qualidade de vice, o
que tem sido prática bastante comum na política americana.
De resto, Sanders faz parte daquele
grupo do eu-sozinho (ele próprio é um independente no Vermont, e só se vincula
aos democratas no Senado americano por conveniência de grupo político). Em debates
anteriores, contraposto a senhoras na política de Vermont, tem vincado a sua atitude de jerk[2], dizendo coisas desagradáveis para as senhoras
que são suas rivais na eleição, o que irrita o eleitorado e lhe condiciona a
respectiva derrota nas urnas...
( Fonte: The New York Times )
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