O Brasil deve
ser levado a sério? Ou melhor dizendo, nós, que formamos a sociedade
brasileira, levamos a sério a Terra da Santa Cruz?
Já passou o tempo do Zé Carioca e de Carmen Miranda, em que o
estrangeiro nos via como na praia de Copacabana - quem se lembra da foto de
Walt Disney mergulhando, feliz, nas suas areias?
Ou será que não passou? Já fomos a
terra do café, do carnaval e... do futebol. Mas quem acredita mais na seleção,
depois do vexaminoso, incrível sete a um?
Construímos maravilhosos estádios que,
além dos problemas no Tribunal de Contas, viraram os esqueletos de mais uma
tentativa frustrada.
Ainda não levamos a sério o futebol.
Se o levássemos, manteríamos na CBF o Del
Nero - que deixou de viajar depois que o seu chefe foi preso e transferido
para os cárceres americanos - e, como técnico da seleção, o Dunga, depois do
fiasco na África do Sul? Será que o nosso propósito é o de por primeira vez não
superar as eliminatórias, e deixarmos de ser o único país, que mal ou bem,
esteve presente em todas as Copas?
Livre afinal de Eduardo Cunha, que
a Câmara aproveite a ocasião para escolher alguém que não esteja crivado de
liminares e de suspeições... E que o Congresso volte a ler a Constituição e, em
especial, o artigo 2. Que resolva os
seus problemas internamente, e chega de recursos ao Supremo, que às vezes
comete a insensatez de aceitá-los!
Para que o Brasil seja levado a
série, nós como sociedade temos que valorizar o auto-respeito, e o apreço pelas
soluções verazes e não de mentirinha.
De que serve carimbar um crime de hediondo, e depois tratá-lo como algo
corriqueiro? Não se precisa ir muito longe. Basta um olhar rápido nos
jornais para nos conscientizarmos que a palavra, para o universo penal, vale
mais do que o castigo. Mandante que foi da morte dos pais, Suzane Richthofen é
liberada para o Dia das Mães... Terá seis dias longe da cadeia...
E que dizer de o que fizeram com os responsáveis pela morte, em 2010, por atropelamento, de
Rafael Mascarenhas, filho de Cissa
Guimarães? Por unanimidade, os três desembargadores da 1ª Câmara
Criminal modificaram as penas aplicadas tanto ao atropelador, quanto a seu pai,
o empresário Roberto Bussamra, que dera de suborno R$ 10 mil aos policiais.
Antes condenados a penas de reclusão em regime fechado, os dois tiveram suas
penas convertidas para prestação de serviços comunitários. Além disso, os dois
passam a ter restrição de saídas nos fins de semana.
Condenado o filho a sete anos
de prisão, e a carteira de habilitação suspensa por quatro anos e meio, já o
pai recebera pena de 8 anos e dois meses de reclusão em regime fechado.
"Estou profundamente triste, disse
Cissa. A decisão da Justiça me deixa com um pouco de medo porque é esse exemplo que vamos dar para os nossos jovens:
você mata, não presta socorro, esconde provas, corrompe e não vai preso, fica
livre para viver a vida."
E, mesmo admitindo estar
abalada, Cissa afirmou que já começou a reunir forças para recorrer da decisão.
Não faz muito esteve no Brasil um experto
dinamarquês em corrupção, Mads Jon Damgaard Andersen. Para ele, se tudo correr
bem, talvez a ideia do jeitinho mude...
em dez anos.
E o que dizer daquela da pesada ?
( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo )
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