sexta-feira, 27 de maio de 2016

Pílulas Amargas

                                   
Estupro coletivo


       Será que espanta mesmo, em uma cultura como a do presente, que uma jovem de dezesseis anos seja vítima (pois é esta a única palavra aplicável) de trinta e três machos boçais, em uma favela na Praça Seca, nesta cidade do Rio de Janeiro, outrora Cidade Maravilhosa, e antes ainda mui leal e heróica, patrocinada por santo flechado na cruz?
        Rivalizando em falta de sensibilidade e de um mínimo senso de respeito, um deles se permitiu  divulgar na internet  nessa, por vezes, fossa dos costumes e da desregras da atualidade, debochar da vítima, jogada na cama e sangrando.   '
Quando acordei, tinha 33 caras em cima de mim', disse a adolescente no hospital, onde tomou remédios contra HIV e a pílula do dia seguinte.
        A respeito, o jornal sentencia que para especialistas, o crime é resultado da impunidade e de uma cultura machista.
         Isto é transformar cada crime individual em esfregão bem enxovalhado pela fraqueza da legislação, e a hipocrisia da sociedade. Diluem-se os crimes - e aí temos um que é indescritível, pela baixa, ignóbil covardia de todos os responsáveis. Cada indivíduo que se cevou da jovem indefesa não pode ocultar-se em genéricos chavões como 'impunidade' e 'cultura machista', nem atribuir ao objeto de suas ignóbeis pulsões - que melhor estariam em matilha de bestas ferozes - a culpa, que soi caber nesses relatos a quem se tornou o espelho da baixeza e do mau-caratismo que, covardemente, se dissimula no coletivo.


Cargos de confiança consomem 35% da Folha.



          Denunciado pelo jornal, tal deveria ser saudado por um Administrador correto e consciente de suas obrigações com o Erário, em um incentivo para desbastar essa mesma Folha do excesso desses cargos, que como parasitas em árvore, retiram muito da seiva que melhor serviria, se objeto de mais atenção e menos desperdício.
              É uma vergonha ,como dizia aquele locutor, faz tempo, que haja 346 mil ocupantes de cargos de confiança e comissionados.
               Sufocado por essa terceirização - que é muito mais danosa do que aquela consumida pelos anônimos e muita vez explorados terceirizados - o bom senso deveria entrar nessa floresta do privilégio e dos chamados aspones, que são os sucessores daqueles que, nas velhas repartições, penduravam no encosto das cadeiras os sovados casacos, e se mandavam para outros empregos, certos da conivência das chefias.



( Fonte:  O Globo )

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