A Venezuela de Nicolas Maduro é, de certo modo, a má
caricatura do Brasil de Dilma Rousseff. A desorganização que essa Senhora criou
- e não esperou um instante sequer para começá-la. Pela imprensa, e por outros
meios, se verificará que esta Senhora, dada a sua mente de peculiar economista,
desde os principios de seu primeiro governo, acreditava piamente que a inflação
ajudaria no desenvolvimento de Pindorama. E a prova está em que não duvidava da
capacidade de domar a carestia através de discursos retóricos, em que pensava
exorcizar o gênio mau da inflação. Com frases tipo 'não permitirei' o seu
cérebro de economista muito peculiar acreditava no poder de controlar o dragão.
Como petista de carteirinha, Dilma
não poderia ler pela cartilha do Plano Real. Devia execrá-lo - pelo que fez com
ele - e mais tarde se embananaria nas contas movimento, nas capitalizações (em
que Lula, orientado por Mantega, se iria abeberar), e em todos os outros
mecanismos infalíveis da contabilidade dita criativa que seriam posteriormente
abandonados pelo caminho, enquanto floriam os déficits orçamentários e se
fortalecia dona Carestia, de volta ao Brasil que tanto amara.
O leitor distraído terá oportunidade
de ler nos jornalões os comoventes testemunhos de todos os viúvos (e viúvas) do
regime petista. É tal a disparidade com a realidade que caíu em função não só
da incompetência, mas também da florescente corrupção, que com todo o respeito
que tais nomes merecem, muitos se vêem na constrangedora obrigação de
perguntar-se por que diabos um regime tão benéfico e tão amado de conglomerado
intelectual se terá esboroado da maneira por todos (ou quase todos) vista.
A corrupção a princípio endêmica e
depois epidêmica será outra patranha da mídia, essa criatura infernal que os
intelectuais petistas abominam e tentam mesmo em procedimentos memoráveis
exorcizar?
Ou será que acomete, como a nova
peste da modernidade, a esquizofrenia, colocando para a classe dos psiquiatras
formidável desafio, eis que se vêem com partidas ideologias, em que ação e
pensamento se bifurcam, num movimento que alienistas de passadas épocas se
sentiriam compelidos a encarar como fenômenos transmissíveis?
Para todo o retrato, encontraremos
a caricatura na realidade. Em termos políticos, o irrealismo tupiniquim que
atingiu o Partido dos Trabalhadores, levando-o a confundir habilidade
econômico-financeira com manipulações de que se ocupa famoso artigo do código
brasileiro, não é que ora apresenta uma cópia disforme em um país limítrofe,
que está beirando a ruína, por força de um caminhoneiro que em má hora o líder
Chávez deixou como herança para seus infelizes súditos ?
No entanto, a despeito de todas as
suas insânias e burrices, esse seu sucessor leva o nome de Nicolás Maduro.
Nunca um sobrenome se adequou tanto
à realidade de um país, assim como ao fremente desejo da grande maioria da população.
Pela incompetência, pelas próprias
arbitrariedades e pendores para uma cavalar burrice, este senhor implantou o
caos na Venezuela. Não se pode nem comparar o pandemônio do país-irmão como se
fora um reino de opereta, pois essa ramo
musical menor merece respeito como
diria o slogan do homem-público
Eduardo Cunha.
Mas há no entanto uma esperança. O
projeto de ditador se chama Maduro!
E por todas as suas violências, vilanias e
velhacarias, ninguém está mais maduro
para cair do que esse Senhor!
Quando tal desgraça vier a ocorrer,
surgirão, como cogumelos na floresta, muitas visões discordantes do bom Maduro. É o amargo destino da
América Latina, um continente esquecido por Deus, em que os homens fortes
teimam em surgir para infernizá-la, como se o Continente, a que Américo
Vespuccio deu o nome, merecesse tão triste sina.
( Fonte: Folha de S. Paulo )
Um comentário:
muito bom!
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