Contra as Olimpíadas no Rio persiste ameaça difusa, cujos desdobramentos são adiamento
ou transferência para outra sede.
De início, a contestação partira de Cidade que pleiteara a sede e fora vencida pelo Rio de Janeiro. Recordo-me de
manifestações mais violentas que motivaram protesto de jornal de Chicago que
punha num poster manifestante exaltado, com
o comentário de que tal era de esperar...
A medida que o certame se aproxima, e
muita vez com o respaldo do não atendimento dos compromissos assumidos em
Copenhague pela Delegação brasileira, se amiudam de parte de atletas e de
abaixo-assinados por médicos, as tentativas para a transferência da sede ou o
adiamento dos jogos.
As três maiores ameaças estão na
situação social do Rio de Janeiro, com o avanço da criminalidade; o cínico
descumprimento das promessas assumidas; e a temida epidemia do zika virus.
Esta última motivou Carta à Organização
Mundial da Saúde, endossada por 150 especialistas de todo o mundo (médicos e
cientistas de Harvard, Yale, nos EUA e Oxford, no Reino Unido. - há uma
brasileira signatária, Débora Diniz, especialista em bioética e professora na
UNB).
Os subscritores pedem que a OMS reveja
com urgência recomendações sobre o Zika,
que causa microcefalia em fetos de mulheres grávidas. Também já se determinou
que o vírus pode ser transmitido por relação sexual.
A par de citar o "fracasso"
no programa da erradicação do mosquito vetor da moléstia e a fragilização do
sistema de saúde no Rio, a carta menciona, outrossim, o risco desnecessário colocado
quando 500 mil turistas estrangeiros
acompanharem os jogos, "potencialmente adquirem o vírus e voltam
para casa, podendo torná-lo endêmico."
O que não tem faltado no que concerne
à Olimpíada, são cartas de atletas e abaixo-assinados, que encarecem
transferência ou adiamento por motivos de poluição e de ameaça à saúde de
atletas, notadamente nos desportos aquáticos.
A nadadora americana Lynne Cox, em correspondência para o jornal The New
York Times - ela pretendia participar das prova aquática em Copacabana - alerta a sociedade para o perigo da poluição (vinda dos esgotos) na praia
famosa. Reportei-me ao seu apelo, no blog "As Águas Poluídas da
Guanabara", datado de 5 de maio
corrente. É importante assinalar que
essa ameaça à saúde poderia ter sido evitada, eis que os representantes
brasileiros se comprometeram em Copenhague a despoluir a baía da Guanabara,
através da instalação dos necessários equipamentos. É lamentável que nada tenha sido feito. Nem
mesmo na Lagoa Rodrigo de Freitas - que se pretende despoluir das descargas
ilegais de esgoto sanitário - alguma providência foi tomada, ainda que por sua extensão seria obra de
fácil realização e grande benefício social.
Há decerto outra ameaça que é a da
segurança (já houve assaltos a atletas
que vieram antecipadamente para os jogos).
A resposta das autoridades
responsáveis costuma ser a do silêncio, contando sem dúvida com a cercania dos
jogos. A parte material recebe o noticiário previsível, e, sem trocadilho, as
mesmas pessoas calam olimpicamente sobre as diversas advertências e
abaixo-assinados.
Ao invés de responder, ou - o que
seria preferível - articular reação convincente, com as providências que cabem
à vista da iminência dos Jogos, vemos
nos jornais, não um diálogo, mas incessante coro de protestos e inquietantes ameaças
quanto à ameaça de não-realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro.
( Fontes: Folha de S. Paulo, O
Globo, The New York Times ).
Nenhum comentário:
Postar um comentário