Ganso, que nesta temporada atua pelo São Paulo, é um raro crack no meio-campo, que
teima em jogar bem - como ontem, quando marcou o único gol da vitória do São
Paulo contra o Palmeiras, no combatido clássico do futebol paulista, disputado
no quadro do Brasileirão.
Desde muito, enquanto mediocridades e
veteranos tem sido chamados para a seleção, Ganso - que antes jogara no Santos
- e se entendia bem com Neymar, continua a mostrar de suas qualidades de meio-campo, uma espécie em
extinção no futebol brasileiro.
No entanto, a falta de elo entre
defesa e ataque tem levado o incrível Dunga a experiências surpreendentes,
enquanto destituídas de elementar bom
senso.
A crise atravessada pelo futebol
brasileiro - se rasgada pela vergonhosa goleada dos sete a um em Belo
Horizonte - continua a mostrar-se debaixo de claros, inconfundíveis sinais como
a atual colocação nas eliminatórias para a Copa do Mundo.
A descaracterizada CBF, chefiada por
Marco Polo Del Nero - que nem do Brasil se anima a viajar - já explica um tanto
que a seleção esteja entregue a alguém cuja incapacidade já foi cabalmente demonstrada pelo desastre da
eliminação na África do Sul.
Agora, Dunga monta seleção que com
toda a crise que o nosso futebol atravessa não explica o sexto lugar nas
eliminatórias. Convoca Cacá que com toda a sua simpatia não mais tem o jogo de
antes, ignora Ganso e coloca em posição esdrúxula a Neymar.
Thiago Silva, por outro lado, é
ignorado. Essa seleção não representa o Brasil, e parece um expresso que vai
ganhando velocidade inercial para a inevitável eliminação.
A CBF há muito tempo grita, clama
mesmo por intervenção. O futebol é atividade séria e importante demais para ser
deixada a cuidado de Del Nero e de Dunga. Estamos brincando com a vergonha, ao
tirarmos Neymar da colocação natural, ao ignorarmos a importância de Ganso, e
não chamarmos de volta a Thiago Silva e a Marcelo, enquanto mantemos os bons
valores que apesar das idiossincrasias do técnico repontaram na seleção.
Temos de chamar sangue novo para a
seleção antes que seja tarde demais, e quando digo sangue novo refiro-me a toda
seleção, que carece de ser reforçada. Precisamos
de um técnico digno desse nome, de um presidente da CBF que possa acompanhar o
scratch, e que tenha estatura e curriculum para tanto.
Vamos pôr um basta nas
experimentações de grandes jogadores fora de suas posições, nas tolas
implicâncias de um treinador medíocre, e de representante da CBF que, por estranhas
motivações, passou a ter medo de viajar ao estrangeiro.
O retrato atual da seleção é de
combinado medíocre que parece destinado à triste sina de primeiro time na
história do futebol brasileiro que tropeça nas eliminatórias e que está seriamente
ameaçado de, por primeira vez, não participar da próxima copa. Diante da crise
que se avoluma, diante das más atuações do scratch brasileiro, o que se está
esperando para pôr em campo um team que realmente corresponda ao potencial de
nosso futebol, e não seja a criatura deformada de um técnico que já falhou uma
vez?
Chega de experiências e de
experimentos que nos recordam a
mediocridade que explica o naufrágio da Africa do Sul. Quando precisou
reformular a seleção, pela perda de um valor, merecidamente expulso, Dunga
olhou para o banco - que ele próprio montara - e não havia ninguém com
qualidade para pôr em campo!
Há ainda muitos valores no
futebol brasileiro, se tivermos a coragem e a determinação de apontá-los.
Façamo-lo de modo a pinçar sempre os melhores. Não nos restrinjamos pela
idiossincrasia da mediocridade, pelas prevenções, e por manias e superstições.
Vamos ter coragem de assumir escalação
que realmente reflita os grandes craques de nosso futebol, e não os preferidos e
queridinhos de um técnico que parece mais cercado de prevenções e da sua grande
mediocridade.
Depois de tanto tempo
continuamos com a lanterna de Diógenes a procurar gente para a equipe, quando
chegaríamos facilmente a um scratch dos melhores, se nos despojarmos dos
rancores e das implicâncias. Vamos ter coragem de escalar os melhores!
É preciso uma intervenção
já na Seleção! É hora de esquecer as picuínhas e escolher os melhores!
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