domingo, 8 de maio de 2016

Desafios para Temer

                                        

         Depois de treze anos no poder, o partido de Lula deve ora preparar-se  para outro desafio. Com a próxima saída de Dilma do governo - deve ocorrer após a votação pelo Senado da confirmação do impeachment já decretado pela Câmara dos Deputados - Michel Temer assumirá a presidência por 180 dias.
          O Globo de hoje estampa em manchete que será de dez mil o número de cargos de confiança ocupados por filiados do PT que estarão à disposição do presidente interino. Os petistas estão distribuídos entre ministérios, presidência e Banco Central.
          Na verdade, o jornal alude apenas aos cargos DAS (Direção e Assessoramento Superior), mas não aos inúmeros outros de funcionários administrativos e de apoio, e até em nível subalterno, que como se sabe tem sido preenchidos com uma quota fixa desde o início da primeira presidência de Luiz Inácio Lula da Silva.
          São enfiados em todas as repartições do estado esses militantes petistas, o que faz parte do aparelhamento dos cargos estatais - dos altos até os baixos, sem exceção. 
           O ingresso dessa gente dá-se de forma sistemática. Com o azeite do Estado, essa turma inesgotável de militantes petistas (ou que viram petistas por conveniência própria, desde que tenham bons padrinhos) são encafuados com comovente regularidade.
           O Partido dos Trabalhadores encara o engajamento dessa infindável tropa com muita seriedade e nenhum desprendimento, eis toda essa cambada é engajada a custo zero dos pobres tesoureiros do PT, os quais, antes de caírem nas garras da lei e serem expedidos para as melhores cadeias do país, não carecem de preocupar-se com os ordenados dessa turma, pois será a Viúva (e, em fim de contas todos os contribuintes que comparecerão  para custear esse maravilhoso projeto de LILS (só se dão aqui as iniciais, dada a modéstia do genial idealizador desse esquema fantástico que nada custava para o PT e tudo para a Viúva). Só de lembrarem-se disso a turma do PT e também do seu mais próximo aliado, que tanto se confunde com esse exército que já providenciou a respectiva incorporação, choram lágrimas - não de Péricles, a discursar sobre as mortes de atenienses na Guerra do Peloponeso - mas sim por outro estadista, menos intelectual decerto, mas ele também um grande hoplita se se trata de defender às custas de outrem o proletariado indefeso.
              Com essa enorme boca - que vai acabar muitíssimo em breve  - compreende-se que o movimento baixou muito tanto no Guarujá, quanto no sítio de Atibaia, sem falar nos outros pousos de Sua Excelência, em São  Paulo - com o risco não só de fechar a entrada, mas também de receberem aqueles bilhetinhos azuis, com que até hoje nenhum petista teve de preocupar-se.
                

( Fonte:  O Globo )      

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