Doações partidárias a Trump
Apesar das notícias
veiculadas pela imprensa americana de que o eleitor republicano se está
aproximando do candidato Donald Trump, e começa a
reconhecê-lo como representante do partido, acolhendo assim a renúncia dos
demais pré-candidatos, batidos nas diversas primárias, a mesma atitude não
estaria sendo vista de parte dos grandes contribuintes do GOP.
Com efeito, segundo noticia o New York Times, os principais
sustentáculos do partido em termos de financiamento da campanha do candidato
para Presidente, desta vez já único, do Partido Republicano, não vem até agora
acorrendo com o número e a munificência
das vezes anteriores.
Por enquanto, os grandes doadores têm
pecado pela ausência, em uma postura que refletiria menosprezo pelas posições
de Trump, além de iniludível frieza para quem deverá ser chancelado pela
Convenção de Cleveland como o porta-bandeira do Grand Old Party em 2016.
Embora a direção partidária já não mais
ouse interpor-se e desmerecer dessa candidatura, a reticência dos grandes
doadores refletiria a mesma posição anterior da nomenclatura republicana que,
apesar dos sinais de composição, se recusaria a vê-lo como alguém que tenha
condições de ser o máximo representante do GOP
na próxima eleição presidencial.
O Caos na Venezuela de Maduro
Nicolás Maduro, que foi indicado por Hugo Chávez para sucedê-lo, não tem mostrado condições de enfrentar a crise decorrente
da baixa cotação do barril de petróleo (que é o principal produto de exportação
da Venezuela) e a decorrente dramática queda nos rendimentos do país.
Por conta disso, a situação interna se
tem deteriorado bastante, a inflação já se transformou em hiperinflação, o
desabastecimento vem atingindo níveis insuportáveis para a população, e as
consequências políticas não poderiam ser mais pesadas.
Maduro perdeu a maioria na Assembléia
Legislativa. Com a revolta da população diante não só do desgoverno de Maduro,
mas também na queda do abastecimento, o aumento da criminalidade, e a desordem
generalizada, surge pergunta que não pode ser calada - por que Maduro ainda não
caíu?
A resposta de Maduro explica esse
enigma. Sem maioria na Assembléia, Nicolas Maduro contornou a situação, de
inicio fazendo com que a MUD, vale dizer a oposição, não dispusesse do número
imprescindível para modificar a Carta Magna. E não foi por acaso. A Corte
Suprema, com superlotação chavista, considerou que o exato número de deputados
suficiente para tirar a maioria constitucional para proceder às emendas foi
encontrado. Eureka! Nesse sentido, a
oposição continua com a maioria, mas não tem mais o número necessário para
emendar a Constituição, e assim Maduro se vê livre de reformas constitucionais
que contribuíssem para resolver a situação, mas que também fariam com que o
poder presidencial diminuísse.
Por outro lado, a resposta de Maduro -
sempre apoiado na Corte Suprema, que é hoje um Frankenstein chavista -
para lidar com o novo problema da revocatória (o recall do presidente incompetente, que é facultado pela
Constituição chavista, e a que se submeteu o Presidente Chávez).
Para neutralizar tal ameaça - quem tem
alguma dúvida de que numa atmosfera como a presente, de desgoverno e
desabastecimento grave na Venezuela, Maduro não teria chance alguma de resistir
a essa revocatória? - o quase-ditador recorreu a duas ações. Através de
desordens organizadas - a antinomia não é por acaso - Maduro busca inviabilizar
tal recurso, eis que, se implementado, ele não teria chance alguma de
superá-lo. Por outro lado, junto da OEA, procura saída jurídica para a sua crise,
afirmando que a própria situação ora
vigente na Venezuela - e de que, ironicamente, ele é o principal responsável -
serve já como biombo jurídico para que organismo interamericano aceite um
regime forte para combater a crise.
A Venezuela, por outro lado, perdeu
diplomaticamente dois apoios de peso: a Argentina de Cristina Kirchner
desapareceu e Macri apoiará a oposição e nunca o candidato a gorila Nicolas
Maduro. Outro tropeço grave para Maduro foi a substituição de Dilma por Temer.
A saída mais óbvia será pela revocatória.
Ela, no entanto, precisa ocorrer até o final do corrente ano, porque já em 2017
Maduro seria substituído por um vice-presidente, o que na prática seria trocar seis
por meia dúzia.
Para o lider moderado Henrique
Capriles, governador de Estado, quanto mais o governo se opuser ao referendo,
maior a chance de que exploda uma revolta popular. Para ele "a Venezuela é uma bomba que pode explodir a
qualquer momento."
Por ser moderado demais,
dificilmente Capriles será visto à testa de um movimento como este. Por sua
vez, Leopoldo López, condenado a treze anos de cadeia por uma juíza que segue a
cartilha do chavismo, dificilmente terá condições de fazê-lo, a menos que seja
liberto pela rebelião.
No caldeirão venezuelano - e qualquer semelhança com outros caldeirões
será mera coincidência - estão presentes todas as condições para a revolta
popular: insatisfação extrema diante
da situação, tanto de abastecimento, quanto de segurança, extremamente precária;
corrupção desenfreada dos neochavistas; repetidas afrontas contra o poder popular, com os cortes na Assembleia Nacional, dominada pela oposição, e o seu controle
ilegal por Corte Suprema, cujo papel foi desvirtuado; inflação galopante e desabastecimento geral, com grandes
sacrifícios para a população; provada incompetência
do Presidente chavista, o caminhoneiro Nicolás Maduro, e, last but not least, fechamento na prática da única saída legal para o desgoverno reinante -
a revocatória - o que é feito através de um sistema de exceção, que está apenas
interessado em manter a corrupta e
incompetente ditadura atualmente vigente para desgraça do Povo Venezuelano, na
pessoa de Nicolás Maduro.
(Fontes: New
York Times; artigo na Folha de S. Paulo - Confluência de crises; O
Globo)
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