Na floresta política, Michel Temer
está tomando uma trilha que é similar à de sua predecessora Dilma Rousseff.
Após tentar reduzir o número de
partidos a controlarem ministérios - o que lhe permitiria confiar pastas como a
do Itamaraty com a área de Comércio Exterior - parece que mudou de ideia, dando prioridade à
maior distribuição de pastas entre os partidos, o que supostamente lhe ajudaria
a ter maioria no Congresso.
Não me atrevo a recomendar que,
ao assumir, resolva apresentar à Nação um ministério de notáveis. E explico de
pronto o porquê: o Brasil atravessa uma fase de escassez de notáveis.
No entanto, uma coisa é copiar a
'solução' de Dilma. Abarrotar o gabinete ministerial com a multiplicação das
pastas, sob o pretexto de que é a única fórmula de governar o Brasil. Fazê-lo
seria condenar a sua administração - e de saída - à dílmica mediocridade.
Há exemplos que já fazem duvidar
das perspectivas do Governo Temer. Entregar a Ciência e Tecnologia ao PRB dos
evangélicos não é sério.
Mas estarrece que Michel Temer
depois de oferecer o Itamaraty a José Serra, dando-lhe, outrossim, a
competência do comércio exterior, terá voltado atrás, dando o dito por não
dito, e transformando mais de uma vez o Comércio Exterior em pasta separada.
O projeto inicial fazia muito
mais sentido. Serra é um grande nome, e teria condições de retirar a pasta de
Rio Branco da mediocridade em que caíu pelo seu parcelamento ao PT na América
Latina, assim por motivos que só a mediocridade profunda de Dilma poderia
explicar a razão pela qual condenou o Itamaraty a ser Pasta de ínfimos
recursos, chegando a estar na rabeira das dotações, e na incapacidade de honrar
as quotas de pagamento às instituições internacionais, a começar pelas Nações
Unidas.
Dilma Rousseff é uma figura
lamentável na República, sem presença alguma na cena internacional, e servida
por funcionários medíocres, que só se preocuparam em atender-lhe os caprichos,
em geral em detrimento da instituição.
A oportunidade de entregar o
Ministério do Exterior a pessoa do nível político e técnico de José Serra -
fazendo de resto voltar ao Itamaraty a responsabilidade pelo Comércio Exterior
- mostraria ao que vem o gabinete Temer. A alternativa é simples: inchar o
Ministério com mediocridades ou oportunistas, para ter maior apoio político, é solução
falsa.
Falsa porque entregar
ministérios a representantes de partidos, sem experiência ou tino para a grande
política, é condenar-nos ao esquema a um tempo corrupto e medíocre dos governos
petistas de Dilma Rousseff.
O parcelamento do poder
para obter da colcha de retalhos dos partidos - que já estão próximos de
representarem quarenta ideologias! - a sustentação na Câmara e no Senado das
propostas da administração Temer não significa nada, a não ser um xerox de
mediocridade e da corrupção que caracterizaram o petismo de Dilma Rousseff.
De o que o Brasil precisa é
de reforma fiscal conjugada com reforma
administrativa. É de esperar-se que o empreguismo desenfreado iniciado por Lula
ao assumir, inchando os gastos correntes, e continuado pela sua discípula
Dilma, seja não só terminado, como dos quadros burocráticos sejam cortadas as
nomeações abusivas, para que tenhamos um Estado ágil e eficiente.
Além de opor-se ao
empreguismo desenfreado, é mais do que tempo de restabelecer o título
universitário para os DAS, recuperando o que sob Lula da Silva fora cortado,
para melhor estufar os quadros burocráticos de apedeutas do PT e das
agremiações dele clientes.
Há várias reformas a
serem feitas, e carece começar pela fiscal, para acabar com essa vergonha do impostômetro, e com essa mentalidade de
multiplicar os impostos e as taxas, criando um dédalo de tributos que em grande
parte se perde no ralo imenso da corrupção.
Os corruptos - e os
filhos dos corruptos - devem ser afastados dos cargos públicos.
O Presidente deve
escolher os melhores. Com grandes nomes, estará dado o exemplo ao Congresso,
que precisa deixar de trabalhar apenas dois dias por semana. O parlamentar deve
seguir o exemplo do trabalhador brasileiro: este não tem atalhos, nem três
folgas por semana, nos dias úteis.
O programa da nova
Administração deve ser o do trabalho nos dias úteis e a escolha dos melhores
para os postos políticos. Fujamos da inchação dos privilégios e das semanas de
dois dias e meio.
Vamos prestigiar o
Congresso e criar condições para que grandes, maiúsculos nomes surjam. Como,
por exemplo, Jarbas Vasconcellos para presidir a Câmara dos Deputados. Devidamente representados, os Poderes da
República voltarão ao equilíbrio que determinou o artigo 2 da Constituição Cidadã.
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