A tristeza é bicho sorrateiro, que costuma apossar-se
das pessoas quando à volta o movimento cessa, e ela pode assim insinuar-se na
mente, por instantes, pensativa.
Nos eventos que os seus partidários de
fé ainda lhe arranjam, como não a encantará o apoio e a torcida da gente que a
eles acorre?
Pode ser nas lonjuras de Belo Monte, ou
em algum grotão esquecido, onde a gente lhe deve isso ou aquilo.
Gente pobre, por certo, que não lê
jornal, nem acesso à mídia tem.
São gratos em expressar um obrigado,
por quem - dizem - deles se lembrou.
Tem agora uma vizinhança, e o chefe
local lhes diz que foi ela quem deu, lá longe do seu palácio, a casinha que
receberam.
Como não ser grato, então?
Outras novas terão ouvido, no seu
distante fim de mundo, a respeito dessa senhora.
Mas como não festejá-la, aquela
mulher meio gorducha, que a gente dali sente que não está muito feliz...
Decerto será pelas coisas que lhe estão
fazendo, lá na capital...
Quando a sala cheia responde aos
clamores do locutor, pensando na casa que vão receber logo-logo, não há porque
regatear palmas.
Ouviram que ela está às voltas
com um tal de impichment, que a gente
não sabe bem o que é, mas certos estão que não é nada de bom p'ra ela...
Na verdade, o que mais pensam é
na casinha que vão receber. Há gente que não tá satisfeita, porque, dizem,
falta isso ou aquilo... mas ter um teto já é coisa boa, e não é hora para catar
defeitos...
E como é mesmo que ela se
chama?
Dilma, minha gente! grita o leão de chácara.
"Levanta, gente! vamos todos dar aquela salva de palmas para a Presidenta, que veio até aqui para dar a
'ocês a casa por que tanto esperavam!”
As palmas ecoam no salão
atopetado de gente, com os olhos brilhantes. Todos olham para a presidenta e nela vêem quem lhe traz a
tão esperada casinha.
Pena que o seu ar esteja tão
triste, mas o quê que a gente pode fazer? Agradecer e xuliar que a casa
preste...
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