sábado, 7 de maio de 2016

Adeus, Dilma ?

                                       

        A tristeza é bicho sorrateiro, que costuma apossar-se das pessoas quando à volta o movimento cessa, e ela pode assim insinuar-se na mente, por instantes, pensativa.
        Nos eventos que os seus partidários de fé ainda lhe arranjam, como não a encantará o apoio e a torcida da gente que a eles acorre?
        Pode ser nas lonjuras de Belo Monte, ou em algum grotão esquecido, onde a gente lhe deve isso ou aquilo.
        Gente pobre, por certo, que não lê jornal, nem acesso à mídia tem.
         São gratos em expressar um obrigado, por quem - dizem - deles se lembrou.
          Tem agora uma vizinhança, e o chefe local lhes diz que foi ela quem deu, lá longe do seu palácio, a casinha que receberam.
           Como não ser grato, então?
            Outras novas terão ouvido, no seu distante fim de mundo, a respeito dessa senhora.
              Mas como não festejá-la, aquela mulher meio gorducha, que a gente dali sente que não está muito feliz...
              Decerto será pelas coisas que lhe estão fazendo, lá na capital...
              Quando a sala cheia responde aos clamores do locutor, pensando na casa que vão receber logo-logo, não há porque regatear palmas.
               Ouviram que ela está às voltas com um tal de impichment, que a gente não sabe bem o que é, mas certos estão que não é nada de bom p'ra ela...
                Na verdade, o que mais pensam é na casinha que vão receber. Há gente que não tá satisfeita, porque, dizem, falta isso ou aquilo... mas ter um teto já é coisa boa, e não é hora para catar defeitos...
                E como é mesmo que ela se chama?
                Dilma, minha gente! grita o leão de chácara.
                 "Levanta, gente! vamos todos dar aquela salva de palmas para a Presidenta, que veio até aqui para dar a 'ocês a casa por que tanto esperavam!”
                  As palmas ecoam no salão atopetado de gente, com os olhos brilhantes. Todos olham para a presidenta e nela vêem quem lhe traz a tão esperada casinha.

                   Pena que o seu ar esteja tão triste, mas o quê que a gente pode fazer? Agradecer e xuliar que a casa preste...          

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