Prêmios Nobel
O
japonês Takaaki Kajita, da
Universidade de Tóquio, e o canadense Arthur
B. MacDonald, da Universidade de
Ontário, partilham neste ano o Prêmio Nobel em Física, pela sua pesquisa na
partícula Neutrino, de que descobriram que afinal de tudo tem massa.
Devo
confessar que desde a negação do Nobel a Cesar
Lattes pelo meson-pi, é que me pergunto se e quando um brasileiro ganhará
um Prêmio Nobel.
Dois deles,
um em literatura, outro em direitos humanos, terão chegado perto. Foram Jorge
Amado, a despeito do estro e da universalidade das traduções, por
idiossincrasia do juiz sueco; e dom Helder Câmara, em direitos
humanos, por cabala do regime militar. Mas esse último, talvez em breve teremos
a alegria de vê-lo alçado aos altares.
Para quem
teve a fortuna de conhecê-lo pessoalmente, não será surpresa.
Frans Krajcberg
Foi no meu
primeiro posto no exterior - Paris - em que tive a fortuna de conhecer o
artista Frans Krajcberg. Brasileiro desde 1957, ele tinha 43 anos então. Mais
tarde, transferiu-se para o Sul da Bahia, onde vive
até hoje em Nova Viçosa. Lá sofreu cinco assaltos. Como não poderia ter sido
ampliada a sua mágoa, se - nesses cinco assaltos que aí sofreu chegaram a
levar-lhe até o cordão, única lembrança que lhe restava de sua mãe? Ultimamente, as
coisas melhoraram um pouco: depois do último assalto, três policiais militares
se revezam na segurança da propriedade e do artista.
Hoje com 94 anos
(nasceu em Kozienice, na Polônia em onze
de abril de 1921), alterna a residência em Nova Viçosa e
Paris. Se não tem mais a agilidade para viajar a Amazônia e ao Pantanal
para recolher material, hoje ele busca a sua matéria prima onde mora, no Rio
Peruibe. De lá retira troncos e raízes desgastados pela água e a ação dos
peixes, com que constrói relevos de parede.
( Fonte: O Globo )
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