terça-feira, 6 de outubro de 2015

Pinga Fogo

                                              

Prêmios Nobel

 
       O  japonês Takaaki Kajita, da Universidade de Tóquio, e o canadense Arthur B. MacDonald, da Universidade de Ontário, partilham neste ano o Prêmio Nobel em Física, pela sua pesquisa na partícula Neutrino, de que descobriram que afinal de tudo tem massa.

         Devo confessar que desde a negação do Nobel a Cesar Lattes pelo meson-pi, é que me pergunto se e quando um brasileiro ganhará um Prêmio Nobel.

         Dois deles, um em literatura, outro em direitos humanos, terão chegado perto. Foram Jorge Amado, a despeito do estro e da universalidade das traduções, por idiossincrasia do juiz sueco; e dom Helder Câmara, em direitos humanos, por cabala do regime militar. Mas esse último, talvez em breve teremos a alegria de vê-lo alçado aos altares.

         Para quem teve a fortuna de conhecê-lo pessoalmente, não será surpresa.
 

Frans Krajcberg

 
           Foi no meu primeiro posto no exterior - Paris - em que tive a fortuna de conhecer o artista Frans Krajcberg. Brasileiro desde 1957, ele tinha 43 anos então. Mais tarde,   transferiu-se para o Sul da Bahia, onde vive até hoje em Nova Viçosa. Lá sofreu cinco assaltos. Como não poderia ter sido ampliada a sua mágoa, se - nesses cinco assaltos que aí sofreu chegaram a levar-lhe até o cordão, única lembrança que lhe restava de sua mãe? Ultimamente, as coisas melhoraram um pouco: depois do último assalto, três policiais militares se revezam na segurança da propriedade e do artista. 

           Hoje com 94 anos (nasceu  em Kozienice, na Polônia em onze de abril de 1921), alterna a residência em Nova Viçosa  e  Paris. Se não tem mais a agilidade para viajar a Amazônia e ao Pantanal para recolher material, hoje ele busca a sua matéria prima onde mora, no Rio Peruibe. De lá retira troncos e raízes desgastados pela água e a ação dos peixes, com que constrói relevos de parede.

 

( Fonte:  O  Globo )

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