O
aquecimento global, que alguns tolos ou mal-intencionados, tentaram negar, está
derretendo a Groenlândia! Na escola, aprendemos que essa ilha - cujo tamanho
quase nos parecia continental - na verdade tem grande parcela de gelo.
Isso a
torna suscetível - muito suscetível mesmo - à influência do meio-ambiente.
Notícia do New York Times, o fato importante agora
não é se a enorme ilha vai ou não diluir-se nos mares do norte. Dadas as
condições objetivas, a subida da temperatura, o seu desaparecimento do cenário
não é mais uma dúvida. Cientistas lá acorrem em bandos, no afã de determinar
quanto tempo levará ou para que ela vire ilha desimportante, ou, se por
capricho dos mares, a veremos transformada em ilhota pequenina.
Pelo fato de
ser predominantemente agregado de gelo, um acidente glacial, a sorte que de
repente seja determinada pela observação a cercania de um inglório fim pode
levar muito leitor casual a meditar nos caprichos da sorte.
Que essa
ilha sempre exposta com destaque na cartografia se descubra de súbito vítima de
um processo inelutável de desfazimento há de levar muito leitor a refletir
sobre quão caprichosos podem ser os destinos humanos.
Pensar em
públicas personalidades presentes na publicidade, nas postagens da internet e nas páginas dos jornalões, e
parar por pequeno momento e porventura exclamar: pocha, como a vida pode ser pérfida, e preparar paradas
como esta!
Hoje a
Groenlândia está em todos os mapas! Com
o calor da terra subindo, quanto tempo há de passar para que ela se desfaça, e
os cartógrafos coitados tenham de atualizar seus mapas?
Será o
progresso? Com o pós-moderno, muitos tem a impressão de que as coisas mudam de
forma tão súbita...
Mas se bem
refletirmos, não é de hoje que se fala que a Groenlândia está destinada a derreter.
Grandona
como é nos mapas, transmite impressão de firmeza e permanência, que, como os
jornalistas ora afirmam, é apenas uma ilusão.
Os povos
mais primitivos costumam ler na natureza avisos ominosos, augúrios de sorte
madrasta.
Será que a
Groenlândia representa um desses portentos que desenham impiedosos nos céus ou
fora deles cruéis repaginações, de públicas figuras que vão aos poucos
diminuindo, sob o confuso peso de ações disparatadas, que já no presente
induzem a pessimismo?
Será que
procede ser a pequenez o destino da Groenlândia? Ou algo dessa grande ilha há
de permanecer?
(Fonte: The New York Times )
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