Noticia a
imprensa e o Estadão em particular
que o ex-presidente Lula está em Brasília para cumprir certas missões, muitos
delas conectadas com a ameaçada 2ª Presidência de Dilma Rousseff.
Em blog anterior, reportei-me aos ataques
dirigidos por Lula da Silva a Joaquim Levy, Ministro da Fazenda. Há um caráter
particularmente corrosivo em tais intervenções, a par de induzir em erro os
eventuais leitores da notícia.
A esquizofrenia,
esse ambíguo mal que concede por vezes cruéis licenças de sanidade para os
respectivos pacientes, para em seguida cancelá-las sem que lograr-se possa
obter explicações convincentes. Parece estar aqui, no caso Lula x Levy, em
período de atividade agudizada.
De repente,
Lula da Silva despenca da Paulicéia, deixa o senhor Okamoto a tratar do
dia-a-dia no Instituto Lula, e desce em Brasília. Como criatura de muitos
poderes, o hiper-ativismo reponta sanhudo. Dentre os temas que mais lhe
importam, está a defenestração do jovem Ministro Levy (mas já mostrando as suas
cãs).
Em Praga,
houve também a defenestração (1618) dos delegados do poder central, e não foi
cousa de pouca monta, eis que ela detonou a guerra dos trinta anos. Por sua
vez, o comunicativo ex-presidente Lula parece ter contraído uma birra contra o
Ministro da Fazenda, que, por sua vez,
seria culpado de querer pôr as contas em dia deste governo que Sua Excelência
ajudou a eleger e ora quer salvar de inglório fim. Esse ativismo lulesco
levanta a suspicácia de que o trabalho de Joaquim Levy, orientado a pôr em
melhores condições as contas de D. Dilma, parece irritar o ex-presidente, que lhe pede
(metaforicamente) a cabeça.
Já disseram que
Lula da Silva é um enigma ambulante, eis que seus cronistas se deparam com
indizíveis dificuldades para aclarar os reais motivos desse estadista
nordestino. A única explicação que se possa apresentar para tanto animus nos
ataques ao pobre Levy, é que, no seu entender, a atuação de Levy na Fazenda
enfraqueceria Dilma. Fica difícil entendê-lo, porém, porque se a gestão do Ministro tiver êxito,
os problemas de Dilma (a mor parte por ela própria criada) estariam resolvidos!
As coisas se
complicam se tivermos presente que o senhor Lula não é nem um cidadão comum
(como se pensou fosse o então senador José Sarney), nem um desses jovens que
formam a minguante bancada do PT. Por
que a essa altura do campeonato ataca Levy et al. que buscam pôr a casa em ordem
? Por outro lado, essas investidas despropositadas contra quem deseja arrumar
as coisas (que encontrou desarrumadas) lembram a impetuosidade dos jovens, que
defendem causas e atacam outras muita vez sem distinguir muito bem qual é o
respectivo intuito de suas ações...
( Fontes: O
Estado de S. Paulo; Rede Globo)
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