sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Dunga nunca surpreende


                                     
         várias coisas a serem corrigidas - e com toda a urgência - na seleção brasileira. Primo - e se não foi feito - a enquadrar o menino Neymar que não dê mais ataques de estrelismo, e que não prejudique a selecinha - pois como o humorista José Simão nos ensina a verdade, passou o tempo de dispormos de uma autêntica seleção. Só de pensar que demos de barato a oportunidade aos muy amigos de America del Sur de pendurar-nos uma escandalosa suspensão de 4 jogos por supostas (estúpidas) faltas cometidas fora do jogo pelo grande e único supercraque sobrevivente  Neymar, o que de forma comovente enfraqueceu-nos o time que já não é essa maravilha toda.

         O jogo desastroso de ontem nos mostrou algumas coisas que não careciam de ser exibidas. É difícil entender que Dunga escale uma zaga tão fraca se ele dispõe da dupla Thiago Silva e David Luiz. Não precisamos retroceder à mítica taça das Confederações em Brasília, quando tivemos o deleite de ver um time com a alegria e a desenvoltura de enfrentar e ganhar dos maiores. Mas pelo menos, poderemos lembrar-nos da qualidade, raça e disposição, entre outros da zaga.

        Pergunto-me por que a CBD insiste com Dunga. Como se sabe, Dunga foi um jogador medíocre e embora Ingenieros nos ensine que os medíocres podem ter valor, já é mais do que tempo para não só experimentar, mas provar outros técnicos que não tenham tantos cacoetes e estranhezas.

       Lembram-se do jogo Brasil x Holanda, quando a nossa defesa e o goleiro Júlio Cesar aceitara uma bola mais pró facil, complicando-nos as coisas ? Pois houve uma expulsão (merecida) de jogador brasileiro, e quando Dunga olhou para o banco, só havia nulidades que ele dentro de suas idiossincrasias escolhera a dedo?

      Há várias perguntas que com respeito a essas eliminatórias gritam em vão por ser respondidas.  Por que Dunga insiste em testar times sem grandes jogadores e que nunca jogaram juntos? Um exemplo é a zaga de ontem. Porque Thiago Silva continua a ser barrado, ele que antes era a coluna principal na área?

      Por outro lado, o goleiro Jefferson não tem dado boa impressão. O primeiro goal era difícil, mas defensável. Há jogadores que, como Hulk, são caprichos do técnico, que tem um fraco pelos medíocres (pergunto-me por quê?...)

      Fazem muitos elogios ao time do Chile. Vi um time como muito jeito para cera e para prevalecer-se da vantagem de jogar em casa, diante de um árbitro fraco, mas quem me decepcionou mesmo foi o Brasil. O segundo gol deles foi vergonhoso. Entraram na área como quem está em casa, diante da inépcia da zaga, e da pouca presença do goleiro. Não sei se dá jeito, mas com o Jefferson, sei não.

       Uma pergunta final: por onde anda o Senhor del Nero? Gente, futebol é a coisa mais séria que no Brasil existe.  Não quero saber das razões por que o paredro del Nero, depois de sua precipitosa fuga de Zurique, logo depois da prisão de seu chefe e protetor, não mais viaja ao exterior. Sei que o Governo Dilma atravessa também uma fase difícil, e o impeachment não é mais apenas uma hipótese acadêmica, mas algo tem de ser feito para dar um verdadeiro substituto ao detido José Maria Marin.  O futebol brasileiro não pode ficar amarrado a alguém que por estranhos motivos não sai nem a pau do Brasil, para acompanhar a seleção nos seus compromissos nesse exterior tão eivado de perigos como é a América do Sul.

         Quem não tem competência, ou a coragem de assumi-la (os motivos da eventual ausência não são de foro íntimo) deve ceder o posto a quem esteja em condições de presidir em qualquer lugar - e ainda mais nesses mares procelosos - a chefia para o que der e vier das missões de nossa Seleção.

         Não gostei - e quem terá gostado - do jogo da seleção. Descosido, sem personalidade, o time carece de líderes e de um bom técnico. Não sei por que carecemos de reincidir no erro. 

          A experiência na África do Sul foi um desastre. Dunga converteu as concentrações da Seleção em verdadeiros bunkers.

           Os técnicos dos Brasil estão atrasados no tempo. Nunca sentira tanto essa defasagem quando se descerraram as cortinas para exibir o grande vexame nacional da eliminação pela poderosa Alemanha com a provação dos sete a um. O time do Brasil só coletou goleadas na distante antiguidade das primeiras décadas do século vinte, quando éramos, diante de Uruguai e Argentina, apenas um timinho. Mas será que o que  aprendemos depois, e às nossas custas, vamos desaprender agora?

           Voltando ao grande trauma nacional dos sete a um (lembrem-se que um timinho, como o da Argélia, só perdeu da Alemanha (no Beira Rio) por 2x1  (e não levara nenhum no tempo regulamentar!). E por que aconteceu dessa forma? Os argelinos eram bisonhos tecnicamente, é verdade, mas tinham um técnico a orientá-los, e por isso surpreenderam  o dream team da Alemanha!  E nós, hein?  Recordem-se da cara inexpressiva, sem qualquer reação, quase abobada, do grande Felipão no estádio maravilha de Bel'Zonte, quando o descomunal, indizível vexame se materializava na tela da história?

 

( Fontes:  O  Globo, Rede Globo, José Ingenieros )

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