sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Pinga Fogo

                                               

Pelé inaugura a Olimpíada do Rio

        Hoje à tardinha, haverá a cerimônia da pira olímpica, a ser acesa por Pelé. Não há maior justiça do que prestar essa honra ao maior jogador mundial de futebol, o craque de todos os tempos.
        Não será sem sacrifício pessoal que Edson Arantes do Nascimento participará da cerimônia da solene abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Ninguém chega à marca dos mil goals por acaso.

Nota aditiva
Infelizmente, não será possível que se preste esta homenagem a Pelé. Segundo o nosso maior craque de futebol declara no Globo on-line ele não se acha em condições físicas de fazê-lo pessoalmente. É uma pena, tratando-se de quem se trata.


Comissários raciais
         
          A Folha dedica hoje um editorial aos 'comissários raciais'. As quotas raciais, que visam beneficiar os afro-brasileiros, são por vezes difíceis de estabelecer no caso de mestiçagem. Uma das saídas para a questão está em que o candidato declare a própria cor. No entanto, a despeito das boas intenções, essa opção pode servir a quem se queira valer indevidamente da quota racial, apesar de ser branco.
         O exame de ingresso no Itamaraty, hoje facilitado em demasia durante o domínio petista e seus acólitos, tem criado mal-estar, pelo suposto uso indevido da carta da quota racial, a que recorrem por vezes candidatos que, branquinhos da silva, pretendem valer-se desse facilitário para ingressar no Instituto Rio Branco.
         É triste e mesmo lamentável que a qualidade de nossos diplomatas seja determinada por truques do gênero.
         Já passou o tempo em que o diplomata brasileiro, formado pelo Instituto Rio Branco, tinha na nossa diplomacia - e sobretudo nas Nações Unidas e outras instituições multilaterais -  campo aberto para a sua ação profissional.
          Formar-se pelo facilitário de declarações oportunistas, se garante nessa época de cancela aberta a nomeação para a carrière, tende a torná-lo um(a) inútil na diplomacia parlamentar. Como se pode atuar, em qualquer nível, nessa diplomacia, se se desconhece a lingua franca da negociação parlamentar?


A  Crise  da  Venezuela

          Na verdade, a grave crise em que  se debate a Venezuela é consequência direta do regime chavista, no  seu atual  estágio de decomposição, que é dado pelo desastroso governo de Nicolás Maduro.
          Por critérios que se avizinham da irresponsabilidade, não houve o necessário consenso para reconhecer o óbvio ululante. Em outras palavras, que Caracas não tem a menor condição de assumir a presidência pro-tempore  do Mercosul, essa grande esperança do século passado, que, pelos seus graves impedimentos, ao invés de intensificar o intercâmbio na América do Sul, tem conduzido a uma condição de stasis.
           Se algum dia se fizer o processo da Organização dos Estados Americanos (OEA), poder-se-á levantar outra irrespondível acusação ao organismo interamericano, que atolou-se na própria incapacidade de verbalizar o óbvio - a crise da democracia na Venezuela - e a consequente necessidade de afastá-la da OEA, por não preencher as condições mínimas de participação dos respectivos membros.
            Porque a OEA não tem condição real para asseverar o óbvio - que a Venezuela não é mais uma democracia, e que por conseguinte medidas devem ser tomadas para que se habilitem  as forças democráticas que ainda existem naquele país para proceder a uma reforma que crie condições para o retorno da democracia.
             Um peru sem cabeça pode dar várias voltas no quintal de uma resistência. Mas essa condição de estar supostamente em vida não nos induz a declarar que se possa deixar a situação como está.
              O governo Nicolás Maduro se mantém através de recursos ilegais, como a imoral superlotação do Tribunal Supremo e de seu desvio de função, que passou a ser o expediente de afogadilho de impedir a ação da maioria democrata na Assembléia do Povo.  Agora, o referendo constitucional - o recall - continua a ser inviabilizado por uma série de recursos ilegais, que só visam a impossibilitar que a população venezuelana possa sufragar o fim das funções governativas do inepto e incapaz  Nicolás Maduro.
              Essa falência do sistema interamericano - que deveria ser prontamente sanada pelo emprego dos instrumentos democratas que faculta a legislação constitucional da Venezuela - não pode, por outro lado, vir a contaminar o sistema da presidência pro-tempore do Mercosul. É estranho que o Uruguai de Tabaré Vazquez se negue a reconhecer o óbvio, vale dizer que a Venezuela de Maduro não tem a menor condição de assumir a presidência do conselho do Mercosur, pela situação em que está, inclusive pela falta de atendimento a requisitos mínimos no que tange à organização do Mercado Comum.
                 Maduro estranhamente tem conseguido sobreviver a uma situação de calamidade pública, em termos de falta quase absoluta de meios para alimentar adequadamente a respectiva população. Se isso não é argumento suficiente...
                 Por sua vez,Tabaré Vasquez tem a Frente Ampla, a aliança esquerdista que daria governabilidade a seu governo, dominada pela facção chefiada pelo Senador e ex-Presidente José Mujica, que defende o governo Maduro.
                 Como três países do Mercosul - Argentina, Brasil e Paraguai - não concordam  que Caracas comande o bloco, a crise está formada...


( Fontes:  O  Globo, Folha de S.Paulo  )   

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