quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Correio da Olimpíada (2)

                            
        O jogo Brasil x África do Sul terminou com decepcionante zero a zero, que fez justiça à inépcia da equipe brasileira. Neymar voltando de férias jogou muito mal, como aliás também o restante da equipe.
        Desentrosados, complicando as jogadas, talvez a maior proeza negativa foi de Gabriel de Jesus que diante de um gol vazio, conseguiu realizar o mais difícil, vale dizer acertar a trave esquerda com uma distância de cerca de metro e meio da linha do gol.
        Ao invés de tentar o chutaço, como ele o fez, Gabriel deveria ter mostrado a classe  que dizem ter, mas que hoje escondeu com grande proficiência.
        Além da falta de conjunto, das bolas erradas de Neymar (com as mãos ritualmente na cabeça, que é hoje o gesto mais comum dos jogadores brasileiros), não há muito o que dizer da seleção canarinho.
        O torcedor olha para o técnico e se pergunta o que fizeram, pois o próprio Neymar nada fez. O único que trouxe consigo foi a respectiva máscara. O problema é que essa postura cabe no craque. Mas quando o futebol do craque lembra mais um jogador de poucos recursos, o que se pergunta é porque não interrompeu um pouco antes as suas férias?
         O domínio do Brasil foi praticamente total, sobretudo após um violento beque da África do Sul arranjou jeito de ser expulso. Ora, com a vantagem de um jogador a mais o Brasil (e o seu técnico) conseguiram urdir jogada que refletissem o nosso domínio em campo.
         Mas não foi uma preponderância que eletrizasse a plateia do Engenhão. Os atacantes brasileiros sempre encontravam  maneira de complicar as jogadas, e o técnico brasileiro sequer aproveitou a vantagem de ter mais um elemento na cancha.
          Aliás, dada a qualidade técnica (nula), nenhuma oportunidade foi aproveitada, e se fosse boa, arranjavam jeito de desperdiçá-la...
           Neymar foi uma quase nulidade, sempre parecendo queixar-se da má sorte, quando devia deplorar o bom futebol que parece não estar com ele.
           Pois quando o goleiro adversário torna-se o maior jogador em campo, como foi o caso, a receita é de a bola continua a atrapalhar muito os jogadores... O lance de Gabriel de Jesus - que, valha-me Deus, até mascarado ficou - deve entrar na antologia às avessas do futebol... Porque perder um gol daqueles, que literalmente qualquer um poderia fazer, deveria ensiná-lo a usar mais o cérebro na próxima partida. Os grandes jogadores, aqueles de verdade, não carecem da força boçal para marcar gols... Naquela bola, com um pouquinho de calma, era só colocá-la... Mas para isso, é preciso classe que o jogador ou não tem, ou a esqueceu no vestiário...


( Fonte: Rede Globo, com Galvão Bueno .. ). 

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