terça-feira, 16 de agosto de 2016

Correio da Olimpíada (VII)


                     De repente, o céu se abriu e não cai nenhuma câmera de reportagem.
   
                     Eis que, depois, de longa espera, surge  herói brasileiro, no salto com vara. Vencendo a barreira de 6,03 metros de altura, Thiago Braz ganha o ouro e estabelece novo record olímpico para o salto com vara masculino,
                     Empurrado pelo antes campeão olímpico e recordista mundial o francês Renaud Lavillenie, Thiago, marca presença - e que presença - no esporte, com seus 22 anos, tornando-se o primeiro homem a saltar acima dos seis metros.

                     Como assinala O Globo,  Thiago levou às últimas consequências a sua admiração pelo ucraniano Sergei Bubka. Em 2014, foi a Formia, na Itália, aonde treinou  com Vitaly Petrov,  que orientara Bubka.  Formia é localidade de vilegiatura, próxima a Gaeta, no Lazio.               
    
                      Na verdade, no caminho para Petrov já passara a brasileira Maurreen Maggi, ouro no salto em distância, em Pequim, 2008.
 
                      O francês, Renaud Lavillenie - que detinha o anterior record olímpico, com 5,97 m - conseguiu superar os 5,98m em seu primeiro salto. Então, Thiago Braz vai para o tudo ou nada. Pede aos juízes para pular diretamente nos 6,03m.

                      A estratégia daria certo: Lavillenie, sob pressão, erra os dois primeiros saltos. Por sua vez, com o apoio da torcida, Thiago acerta o segundo salto nesta altura: seis metros e três centímetros !

                       Lavillenie, pensando reverter em proveito próprio a tática do brasileiro,  aposta nos 6,08m. Ouve vaias da torcida - e este é o único ponto negativo do quadro - que terão contribuído para desestabilizá-lo. Por isso, quiçá, erra no salto derradeiro.

                       Como se verifica, a noite chuvosa no Engenhão não premiou por acaso o brasileiro Thiago Braz.  A torcida terá entrado aí um pouco, com uma vaia anti-esportiva, que atingiu a hübris do campeão francês  Renaud Lavillenie.
   
                       Por sua vez, no vôlei masculino, que tropeçara antes, o Brasil bateu a França, e vai enfrentar a Argentina, nas quartas de final.
 
                       Os parâmetros da equipe argentina, vamos ouvi-los do técnico Bernardinho: "É uma equipe tradicional, jovem, que está jogando muito bem, ficou em primeiro lugar numa chave que tinha Rússia e Polônia. Eles vêm como franco-atiradores."
     
                        Nesse contexto, volta o coro de "o campeão voltou", embalando a felicidade da torcida brasileira e a tristeza da francesa - em dia definido como trágico contra Brasil, eis que eles perderam no vôlei, no salto com vara para homens, e na maratona aquática.
                     
                        No que tange a 'los amigos' argentinos, é bom não esquecer que, pelo seu retrospecto nesta Olimpíada, a equipe portenha  não é exatamente uma franco-atiradora, como a define Bernardinho... Cruzando os dedos, se é preciso acreditar, tampouco se deve desfazer dos adversários.

( Fonte:  O  Globo )

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