terça-feira, 14 de junho de 2016

Obama e Orlando

                       

       O Presidente Barack Obama censurou o pré-candidato republicano Donald Trump pela sua perigosa atitude mental, no que tange ao massacre da boîte Gay de Orlando.
         Segundo Obama, a postura de Trump ressuscita um dos periodos mais sombrios na História americana.  "Ouvimos linguagem que singulariza os imigrantes e insinua que inteiras comunidades religiosas são cúmplices na violência".
         A declaração de Obama se seguiu a uma reunião  com a sua equipe de segurança nacional e qual é  presente situação do esforço estadunidense contra o Estado Islâmico. Segundo o presidente, tal se insere na avaliação do drama de Orlando.
         Aonde isso vai parar? é a pergunta de Obama sobre o approach de Trump (proibir a entrada de muçulmanos nos EUA). Com efeito, tanto o atacante de Orlando, quanto os perpetradores de ataques terroristas anteriores (San Bernardino, na Califórnia e Fort Hood, no Texas ) eram cidadãos americanos.
         'Será que devemos tratar todos os americanos de fé muçulmana de modo diferente? Vamos começar a submetê-los a vigilância especial? Será que autoridades republicanas realmente concordam com isto?'
         'Se alguém pensa que estamos confusos acerca de quem são os nossos inimigos, isto será surpresa para os milhares de terroristas que tiramos do campo de batalha. "Não há nenhuma mágica especial na expressão "Islã Radical". É apenas um talking point, não é uma estratégia.'
          O Presidente Obama não os chama dessa forma, porque não quer cair na armadilha de que esteja em guerra contra uma religião inteira. Se agisse dessa forma, estaria fazendo o que eles querem.
          Na terça-feira, ele pediu que o Congresso restrinja a compra de armas, a que até hoje os congressistas resistem, i.e. reeditar a proibição a armas de assalto, e medida que impediria a compra de armas para quem se ache em listas de proibição de vôo (no-fly lists), por causa de suspeitos laços terroristas.
           "Não basta falar sobre ser duro com o terrorismo. Seja durão realmente e pare de tornar tão fácil quanto possível a compra de armas de assalto."
           A linguagem de Trump, de tipo fascistóide, aparentemente simplifica o quadro para o americano comum, ao singularizar comunidades étnicas inteiras, como objeto de punição. Como ela se dirige para o povão americano, e trata de valer-se dos respectivos preconceitos, combatê-la com  maneira mais intelectualizada, na prática só pregará para os já convertidos. Nesses termos, o discurso para rebater as propostas de Trump não pode ficar pairando nas nuvens do intelectualismo, e sim empregar linguagem que o homem branco classe C possa apreender e compreender.


( Fonte:  The New York Times )

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