domingo, 12 de junho de 2016

Colcha de Retalhos D 25

           

Et tu Marina ? 


       Reza a lenda que quando Cesar viu Brutus entre os conjurados, não mais se defendeu, daí a frase Até Tu, ó Brutus.
       Dada a fama de Marina, que parecia distingui-la dos demais, consterna a notícia veiculada por Lauro Jardim. Consoante o jornalista, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, em negociação de delação premiada com a Lava-Jato, prometeu detalhar o esquema de caixa dois que, segundo ele, irrigou a campanha de Marina Silva à Presidência em 2010, pelo Partido Verde. 
       A doação teria sido intermediada pelo candidato a Vice de Marina, Guilherme Leal, um dos donos da Natura.
        Em nota, Marina alega que nunca usou  "um real sequer que não tivesse sido regularmente declarado."  Outrossim, ela defendeu a Lava-Jato e disse confiar que nenhum dirigente do PV tenha usado seu nome para fins ilícitos.  Guilherme Leal admitiu ter-se encontrado com Pinheiro, mas refutou as acusações.


O estranho comportamento fiscal do Rio


        Confiar cegamente nos recursos das royalties do petróleo, como semelha ter sido o comportamento fiscal do ex-governador Sérgio Cabral, pode produzir situações como a presente, enfrentada pelo vice-governador (no exercício da governança por causa da doença do governador Pezão) Francisco Dornelles. O Estado do Rio deve R$ 21 bilhões, dos quais  junto ao Banco do Brasil (R$ 12,1 bi), R$ 6,98 bi ao BNDES, e R$ 1,9 bi à Caixa.
        Assinale-se que o Rio  deve pagar até o fim do ano R$ 10 bi, subdividido em  R$ 6,5 bi a União, R$ 2,5 bi aos bancos públicos e R$ 1 bi a instituições internacionais.
        Cabral confiara cegamente nas royalties do petróleo, e quando elas secaram por causa do Petrolão, o  Estado do Rio de Janeiro se descobriu em situação bastante precária, com base em  comportamento que se tornou fiscalmente insustentável.  Pensando atrair investimentos, fez importantes renúncias fiscais (que se comprovaram ruinosas). Por outro lado, tampouco acertou ao confiar nas royalties, que o esbodegamento da Petrobrás pelos governos petistas produziu, com a consequente lastimável situação da maior companhia pública nacional.
           Além disso, pressionado pela crise, o Estado do Rio atrasa os pagamentos a seus aposentados e demais funcionários.  Não obstante,  estranhamente, o Estado pagou em 2015 salários acima do teto  de R$ 27 mil  a 23 servidores requisitados. Um bom exemplo é o pagamento ao advogado da Petrobrás, José Vianna, que recebe R$ 64 mil por mês no cargo de presidente da Agenersa.


Protestos petistas contra Temer  



              Tentando passar a ideia de uma eclosão nacional de manifestações anti-Temer, os sindicatos e movimentos sociais realizaram em 24 estados  hercúleo esforço para passar tal impressão.
               O problema é que se tratam de iniciativas de índole estreitamente  corporativa, por trás das quais está ausente qualquer sombra de Povão.
               Por enquanto, o fenômeno de multitudinária oposição só acontece se for contra o governo do PT. Como essa instituição está felizmente escanteada, toda manifestação "nacional" organizada nas bases de ontem, corre o risco de, pela própria debilidade, depor contra as hierarquias que a inventaram...




( Fontes:  O Globo, Folha de S. Paulo )    

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