Et tu Marina ?
Reza a lenda que quando
Cesar viu Brutus entre os conjurados, não mais se defendeu, daí a frase Até Tu, ó Brutus.
Dada a fama de Marina, que parecia distingui-la dos demais,
consterna a notícia veiculada por Lauro Jardim. Consoante o jornalista, o
ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, em negociação de
delação premiada com a Lava-Jato,
prometeu detalhar o esquema de caixa dois que, segundo ele, irrigou a campanha
de Marina Silva à Presidência em
2010, pelo Partido Verde.
A doação teria sido intermediada pelo
candidato a Vice de Marina, Guilherme Leal, um dos donos da Natura.
Em nota, Marina alega que nunca
usou "um real sequer que não
tivesse sido regularmente declarado."
Outrossim, ela defendeu a Lava-Jato
e disse confiar que nenhum dirigente do PV tenha usado seu nome para fins
ilícitos. Guilherme Leal admitiu ter-se
encontrado com Pinheiro, mas refutou as acusações.
O estranho comportamento fiscal do Rio
Confiar cegamente nos
recursos das royalties do petróleo,
como semelha ter sido o comportamento fiscal do ex-governador Sérgio
Cabral, pode produzir situações como a presente, enfrentada pelo
vice-governador (no exercício da governança por causa da doença do governador
Pezão) Francisco Dornelles.
O Estado do Rio deve R$ 21 bilhões,
dos quais junto ao Banco do Brasil (R$
12,1 bi), R$ 6,98 bi ao BNDES, e R$ 1,9 bi à Caixa.
Assinale-se que o Rio deve pagar até o fim do ano R$ 10
bi, subdividido em R$ 6,5 bi a
União, R$ 2,5 bi aos bancos públicos e R$ 1 bi a instituições internacionais.
Cabral confiara cegamente nas royalties do petróleo, e quando elas
secaram por causa do Petrolão, o Estado do Rio de Janeiro se descobriu em
situação bastante precária, com base em comportamento que se tornou fiscalmente insustentável. Pensando
atrair investimentos, fez importantes renúncias fiscais (que se comprovaram
ruinosas). Por outro lado, tampouco acertou ao confiar nas royalties, que o esbodegamento da Petrobrás pelos governos petistas produziu, com a consequente
lastimável situação da maior companhia pública nacional.
Além disso, pressionado pela
crise, o Estado do Rio atrasa os pagamentos a seus aposentados e demais
funcionários. Não obstante, estranhamente, o Estado pagou em 2015
salários acima do teto de R$ 27 mil a 23 servidores requisitados. Um bom exemplo
é o pagamento ao advogado da Petrobrás, José Vianna, que recebe R$ 64 mil por
mês no cargo de presidente da Agenersa.
Protestos petistas contra Temer
Tentando passar a ideia de uma eclosão nacional de
manifestações anti-Temer, os sindicatos e movimentos sociais realizaram em 24
estados hercúleo esforço para passar tal impressão.
O problema é que se tratam de
iniciativas de índole estreitamente corporativa, por trás das quais está ausente
qualquer sombra de Povão.
Por enquanto, o fenômeno de
multitudinária oposição só acontece se for contra o governo do PT. Como essa
instituição está felizmente escanteada, toda manifestação "nacional"
organizada nas bases de ontem, corre o risco de, pela própria debilidade, depor
contra as hierarquias que a inventaram...
( Fontes: O Globo,
Folha de S. Paulo )
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