Existe possibilidade de que a Linha 4
do metrô não fique pronta para a
Olimpíada. Essa notícia, cuja importância é óbvia, está diretamente
ligada à crise financeira do Estado do Rio de Janeiro.
No entanto, a operação alternativa não foi
por ora detalhada. Os organizadores ainda confiam em que a União apoiará
financeiramente a conclusão da Linha Quatro do metrô.
E em quê se fundamentam para esse
otimismo nessa vigésima-quinta hora para a colocação em funcionamento da citada
Linha Quatro?
Formalmente, entretanto, a solução
ainda é pouco clara. O Rio, cuja grave
crise financeira é mais do que conhecida, está devendo uma parcela de
empréstimo internacional junto à Agência Francesa de Desenvolvimento.
Por isso, formalmente, o Governo
Federal não pode autorizar a operação de crédito porque o Rio de Janeiro está
em mora no que tange à tal parcela de financiamento internacional. Reuniões em
nível administrativo não puderam resolver essa questão.
Por enquanto, os organizadores ainda
confiam em que a União apoiará financeiramente a conclusão da Linha Quatro do
Metrô. Para tanto, se baseiam na
avaliação política de que o presidente interino Michel Temer teria interesse no
sucesso da Olimpíada para capitalizar politicamente o evento.
Formalmente, no entanto, a solução
ainda está indefinida. O Rio depende do
aval do Tesouro Nacional para contrair novo empréstimo de R$ 989 milhões do
BNDES, metade dele essencial para a conclusão do trecho olímpico que falta.
Essa Linha Quatro do Metrô, ainda
inacabada, é essencial para o fluxo de torcedores para o Parque Olímpico. Como se sabe, tal linha faz a ligação entre a
zona sul (Leblon, Ipanema e Copacabana), onde está grande parte da rede
hoteleira e o início da Barra, ponto final do Metrô.
Aí chegado, o público seria transportado
para as arenas e o coração dos Jogos, por ônibus articulados, os chamados BRTs.
Já na solução alternativa (sem Linha 4)
os BRTs passariam a circular até a
zona Sul. São dezesseis km adicionais. Por isso, será necessário deslocar
veículos que hoje trafegam nas zonas oeste e norte. Não há, obviamente, tempo
para comprar mais carros.
No plano já divulgado, ônibus articulados
farão o trajeto até a zona Sul, durante a madrugada (quando o metrô não
funcionará de modo pleno). Por isso, oito plataformas serão instaladas na
região para desembarque.
As estruturas temporárias não estão
adaptadas para o embarque. Para isso,
elas precisarão de roletas e fechamento das estações da Zona Sul.
A faixa de trânsito dedicada a
atletas, árbitros e organizadores entre São Conrado e a Zona Sul também teria
que mudar. Passaria da avenida Niemeyer
(para onde está hoje prevista) para a estrada Lagoa - Barra, que permite o
tráfego de ônibus articulados. A mudança vai gerar mais congestionamentos.
A irresponsabilidade fiscal da
Administração estadual tende a criar todos esses problemas, que seriam
facilmente sanáveis se houvesse dinheiro para terminar a Linha Quatro do
Metrô. Para evitar vexame internacional
- que mostraria inédita irresponsabilidade de um Governo Estadual, no caso o do
Estado do Rio - a solução está no Governo interino de Michel Temer marchar com
o jeitinho de mais um empréstimo à ultimíssima hora.
Pois se a tal Linha Quatro não
puder ser terminada a tempo, haverá mais restrições para os moradores e novos
feriados (?) municipais.
Até o momento presente, contando
com a conclusão do metrô, sâo três dias livres.
( Fonte: Folha de S. Paulo )
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