segunda-feira, 13 de junho de 2016

Complica-se o Metrô da Barra

                

        Existe possibilidade de que a Linha 4 do metrô não fique pronta para a  Olimpíada. Essa notícia, cuja importância é óbvia, está diretamente ligada à crise financeira do Estado do Rio de Janeiro.
        No entanto, a operação alternativa não foi por ora detalhada. Os organizadores ainda confiam em que a União apoiará financeiramente a conclusão da Linha Quatro do metrô.
        E em quê se fundamentam para esse otimismo nessa vigésima-quinta hora para a colocação em funcionamento da citada Linha Quatro?
        Formalmente, entretanto, a solução ainda é pouco clara.  O Rio, cuja grave crise financeira é mais do que conhecida, está devendo uma parcela de empréstimo internacional junto à Agência Francesa de Desenvolvimento.
        Por isso, formalmente, o Governo Federal não pode autorizar a operação de crédito porque o Rio de Janeiro está em mora no que tange à tal parcela de financiamento internacional. Reuniões em nível administrativo não puderam resolver essa questão.
         Por enquanto, os organizadores ainda confiam em que a União apoiará financeiramente a conclusão da Linha Quatro do Metrô.  Para tanto, se baseiam na avaliação política de que o presidente interino Michel Temer teria interesse no sucesso da Olimpíada para capitalizar politicamente o evento.
        Formalmente, no entanto, a solução ainda está indefinida.  O Rio depende do aval do Tesouro Nacional para contrair novo empréstimo de R$ 989 milhões do BNDES, metade dele essencial para a conclusão do trecho olímpico que falta.
        Essa Linha Quatro do Metrô, ainda inacabada, é essencial para o fluxo de torcedores para o Parque Olímpico.  Como se sabe, tal linha faz a ligação entre a zona sul (Leblon, Ipanema e Copacabana), onde está grande parte da rede hoteleira e o início da Barra, ponto final do Metrô.
       Aí chegado, o público seria transportado para as arenas e o coração dos Jogos, por ônibus articulados, os chamados BRTs.
        Já na solução alternativa (sem Linha 4) os BRTs passariam a circular até a zona Sul. São dezesseis km adicionais. Por isso, será necessário deslocar veículos que hoje trafegam nas zonas oeste e norte. Não há, obviamente, tempo para comprar mais carros.
          No plano já divulgado, ônibus articulados farão o trajeto até a zona Sul, durante a madrugada (quando o metrô não funcionará de modo pleno). Por isso, oito plataformas serão instaladas na região para desembarque.
         As estruturas temporárias não estão adaptadas  para o embarque. Para isso, elas precisarão de roletas e fechamento das estações da Zona Sul.
         A faixa de trânsito dedicada a atletas, árbitros e organizadores entre São Conrado e a Zona Sul também teria que mudar.  Passaria da avenida Niemeyer (para onde está hoje prevista) para a estrada Lagoa - Barra, que permite o tráfego de ônibus articulados. A mudança vai gerar mais congestionamentos.
          A irresponsabilidade fiscal da Administração estadual tende a criar todos esses problemas, que seriam facilmente sanáveis se houvesse dinheiro para terminar a Linha Quatro do Metrô.  Para evitar vexame internacional - que mostraria inédita irresponsabilidade de um Governo Estadual, no caso o do Estado do Rio - a solução está no Governo interino de Michel Temer marchar com o jeitinho de mais um empréstimo à ultimíssima hora.
            Pois se a tal Linha Quatro não puder ser terminada a tempo, haverá mais restrições para os moradores e novos feriados (?) municipais.
            Até o momento presente, contando com a conclusão do metrô, sâo três dias livres.


( Fonte: Folha de S. Paulo )

Nenhum comentário: