quinta-feira, 2 de junho de 2016

Colcha de Retalhos D 23

                           

A Farra dos Predadores na Petrobrás


        Segundo a delação premiada do ex-deputado Pedro Corrêa (PP), que está preso em Curitiba pela Operação Lava-Jato, consoante noticia a revista VEJA, era o presidente Lula que articulava pessoalmente o esquema de corrupção da Petrobrás. 
       
         Sempre segundo a VEJA, Corrêa relatou que parlamentares do PP  se rebelaram, com o que o ex-deputado chamou de avanço do PMDB nos contratos  da diretoria de abastecimento da Petrobrás, na época em que a área era 'dirigida' por Paulo Roberto Costa. 
        
        De acordo com a atmosfera então prevalente um grupo desses deputados chegou a ir a  Palácio na época em que Lula da Silva era presidente para reclamar.

         De acordo com o ex-deputado, Lula passou uma descompostura nos ditos deputados, dizendo que eles "estavam com as burras cheias de dinheiro", e que a diretoria era "muito grande" e tinha que "atender aos outros aliados".

          Sempre consoante a VEJA, conforme o relato do ex-deputado Pedro Corrêa, Lula ordenou que os partidos se entendessem. Nesse contexto,  o ex-deputado  se teria reunido com a cúpula do PMDB.

         Nesse contexto, Corrêa  diz ter procurado o senador Renan Calheiros "para acertar a partilha", além de outros peemedebistas como o deputado Eduardo Cunha (RJ) e o Senador Romero Jucá (RR).

          Na sua delação, Corrêa citou vários deputados, senadores, ministros, ex-ministros e ex-governadores envolvidos na corrupção. Além  disso, o ex-deputado confessou que recebeu dinheiro  desviado de mais de vinte órgãos ligados ao governo.

          VEJA, segunda a Folha de S. Paulo, traz outro relato do ex-deputados sobre reunião com os ex-diretores da Petrobrás, Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, com o lobista Jorge Luz, os Senadores Renan Calheiros, Romero Jucá e Jáder Barbalho (PMDB-PA), e o atual Ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
               Dentro da atmosfera que então prevalecia, nesse encontro, datado de  2006,  os peemedebistas apresentaram conta de US$ 18 milhões em propinas para apoiar a continuidade de Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró na Estatal. Dessa 'exigência' teriam sido pagos US$ 6 milhões, antes da eleição presidencial de 2006.
        
               A revista VEJA relata novamente a atuação do Presidente Lula, para nomear Paulo Roberto Costa, que era indicado do Partido Progressista.
  
               Por fim,  a Folha de S. Paulo - que se baseia em reportagem de capa da revista VEJA - assinala que em março último o ex-deputado do PP, Pedro Corrêa, citou igualmente os seguintes nomes: ex-presidente Fernando Henrique Cardoso,  o ministro do T.C.U. Augusto Nardes, e Andrea Neves, a irmã do Senador Aécio Neves (PSDB-MG).
                Nesse contexto, a delação do ex-deputado aguarda homologação pelo Ministro do Supremo - e encarregado da Operação Lava-Jato, Teori Zavascki.


  Relator pede Cassação de Cunha

                
                   O Deputado Marcos Rogério  (DEM-RO), Relator do Conselho de Ética, pediu a cassação do mandato do Presidente afastado  Deputado Eduardo Cunha, alegando que o peemedebista mentiu à CPI da Petrobrás, em 2015, ao negar possuir contas bancárias no exterior.

                    Cunha, acusado de quebra de decoro parlamentar,  alega que as contas na Suiça não são dele, mas de Administradoras de recursos que foram por ele contratadas.
                
                    Depois da sessão, o Deputado Eduardo Cunha tornou a dizer que não mentiu à CPI.  Mais cedo, o advogado de Cunha, Marcelo Nobre, afirmara que o Relatório  "contém imprecisões".  E aditou: "Os documentos trazidos pelo Banco Central, mais de centenas de folhas, não têm uma linha dizendo que meu cliente sequer tem conta no exterior."

                     É de assinalar-se que o processo de Cunha é o mais longo da história do Conselho de Ética. Tal se deve por certo às manobras regimentais colocadas em prática  por um grupo de aliados do peemedebista. Foram oito meses de tramitação desde que protocolado o pedido de cassação.

                        Conforme era de prever-se, tais aliados voltaram à carga, e pediram vista do Relatório. A próxima reunião, na qual se conta poder votar o parecer pelo Conselho, está prevista para realizar-se na próxima semana.

                        A intenção dos aliados do Presidente suspenso pelo Supremo é a de abrandar a punição, afastando a cassação do mandato  e restringindo-se apenas à suspensão  das prerrogativas  parlamentares.

                        Para  tanto, garantem dispor dos votos bastantes para tal propósito.
  
                         É o que se verá.


O  Encontro de  Suplicy  com a Presidenta Afastada


               A diligência do ex-Senador Eduardo Suplicy é conhecida.  Desde julho de 2013,  Suplicy se empenhava em obter audiência com a Presidente no  Palácio do Planalto.

                Não conhecendo a alternativa da desistência,  nada deteve o ex-Senador para lograr audiência no Palácio do Planalto.  Apesar de mandar mais de vinte cartas, todas as tentativas findaram em malogro, canceladas por Dilma Rousseff.

                 Agora que a outrora atarefadíssima Presidenta tem tempo de sobra, estando constitucionalmente afastada, por um periodo determinado, dos afazeres do cargo,  Dilma Rousseff  pôde enfim receber o irreprimível postulante.
                     
                  No Palácio da Alvorada, aonde reside durante o período de afastamento, Dilma recebeu Suplicy por cerca de quarenta minutos.

                  Segundo Suplicy, Dilma aceitou a sugestão de constituir na Presidência da República grupo de trabalho que estude as etapas para instituir a renda básica (que é a atual principal bandeira do petista).

                   Nesse contexto, o ex-Senador garantiu que "será uma das primeiras medidas quando ela voltar."   E aditou mais: "Eu disse ao Ricardo Berzoini, que estava no encontro, que ele era testemunha da promessa da presidente."
                       Dentro do conhecido - e irreprimível - élan, perguntado sobre a possibilidade de Dilma não voltar à  Presidência,  Suplicy respondeu: "Eu acho que ela vai voltar. Estou justamente hoje no Senado persuadindo Senadores a votar contra o impeachment".

                        Para o tal Grupo de Trabalho sobre a implantação do Programa  Renda  Básica da Cidadania - que prevê o pagamento de quantia em dinheiro paga pelo Estado a todos os brasileiros sem exceção -  Suplicy indicou para a partidária do fortalecimento do Bolsa Família, e dos mais programas clientelistas como Minha Casa Minha Vida, e tantos outros , sessenta nomes "entre os maiores estudiosos do tema"...



( Fontes:  Folha de S. Paulo,  VEJA )

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