Newton Ishii, agora o conhecemos pelo nome, mas antes
já nos era familiar pelas suas repetidas tomadas e fotos ao escoltar os
principais presos da Operação Lava-Jato,
seja a caminho do cárcere, seja na condução a audiências judiciais, na 13ª Vara
Criminal Federal, tudo isso em Curitiba, nos domínios do Juiz Sérgio Moro.
A constante presença ao lado dos
principais alvos da Operação - o empresário Marcelo
Odebrecht, o pecuarista José Carlos
Bumlai, o ex-tesoureiro do PT João
Vaccari Neto e o ex-ministro José
Dirceu, entre muitos outros não-citados, que vão pra geladeira, como diria
o colunista Ibrahim Sued - e as suas
maneiras de bom agente (espécie de anjo protetor) lhe fizeram subir o IBOPE nas redes sociais, a ponto de aparecer vicariamente entre os Bonecos Gigantes de Olinda.
Quem entra para o legendário popular
terá direitos especiais, no que tange à
mídia.
Como sublinha o levantamento a que
procedeu a reportagem especial de O Globo,
o motivo do encarceramento de Ishii lhe precede a fama. Ele foi um dos alvos - decerto menores - da Operação Sucuri, da própria Polícia
Federal, que desbaratou um esquema de contrabando em Foz de Iguaçu, na
fronteira entre Brasil e Paraguai. Newton Ishii ficou preso preventivamente por
quatro meses (junto com outros 22
agentes da PF, além de sete técnicos da Receita, três policiais federais, sete
agenciadores e seis contrabandistas ).
Em 2009, Ishii foi condenado à prisão em regime semiaberto. Desde então,
recorria da sentença em liberdade.
Em março de 2016, o Superior Tribunal de Justiça denegou-lhe o
recurso e manteve a condenação. Nesta mesma época, Ishii se afastou da
Lava-Jato. Em Curitiba, chegou a ficar em licença médica e passou a
cumprir funções administrativas.
Depois de tomar ciência da ordem de
prisão expedida pela 4ª Vara de Execuções Penais da Justiça Federal de Foz de
Iguaçu, Newton Ishii se apresentou
espontaneamente à Superintendência da Polícia Federal. Ainda perto dos alvos da Lava-Jato, ele ocupa
sala reservada na Superintendência da Polícia Federal, mas afastada da
carceragem.
A oito do corrente, o juiz Matheus
Gaspar determinou que Newton Ishii seja transferido para o Cope (Centro de Operações Policiais do Paraná), local onde os
policiais do estado permanecem sob custódia.
Popular como sempre, o Japonês da
Federal foi tópico da CNN e do Guardian,
jornal inglês. A selfie tirada com o deputado Jair Bolsonaro tornou-se viral na rede.
E a marchinha do japonês foi
atualizada com novo verso: "Ah, meu
Deus, se deu mal! Foi preso em Curitiba o Japonês da Federal!"
De qualquer forma, Newton Ishii, seja pela simpatia, seja
pelo carisma, caíu no goto popular. E
não é que O Globo manda até enviado
especial para Curitiba, que lhe preparou um cuidadoso perfil ?
( Fonte: O
Globo )
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