domingo, 5 de junho de 2016

Colcha de Retalhos D 24

                           

O Escrete de Dunga


         É muito difícil de entender a escolha de Dunga pela CBF. Ou não é, se adentrarmos o reino do Senhor Del Nero, e que até agora continua na chefia de nossa Confederação, e tudo que diz respeito ao futebol.
        Nesse contexto, não se pode esquecer a frase "a guerra é demasiado importante para ser deixada aos generais". Quem a disse foi o político francês Georges Clemenceau, ao ensejo de o que então era chamada de "A grande Guerra", e, mais tarde, infelizmente, pela Primeira Grande Guerra.
       O Brasil deve aplicar o dito de Clemenceau ao futebol.  Entregar a responsabilidade pela seleção a alguém como Dunga, mais do que irresponsabilidade, é burrice.
       A tétrica experiência na Copa da África do Sul bastaria em qualquer outro pais para afastar da seleção o treinador Dunga.
       O erro está sendo repetido pela campanha da seleção brasileira, modelo Dunga, tanto nas eliminatórias para a Copa, quanto para essa Copa América (além da tentativa do ouro nas próximas Olimpíadas).
       Um zero a zero em que nos podemos considerar sortudos (pois não é o que juiz não validou um frango de Alisson ?)
        O Brasil tem que fazer uma limpa na CBF, quanto mais cedo, melhor. E não é só o técnico que se deve afastar. É necessária uma intervenção na CBF, e ela tem de partir do Poder Executivo, eis que o Congresso, como o demonstrou a comissão de Romário, pode ter boas intenções, mas pelo visto lhe falta poder para colocar na CBF quem defenda o interesse do Brasil, e não esteja ligado à direção anterior, parte da qual está presa nos Estados Unidos.
          Nesse contexto, se tem de agir com presteza. Ou queremos incorrer em outro  vexame histórico, depois dos sete a um de Belo Horizonte? Não ser classificado para a próxima Copa retiraria do Brasil o que só ele possui até hoje, vale dizer é o país da única seleção que participou de todas as Copas do Mundo.
           Ou será que para proteger a camarilha de São Paulo, ora chefiada por Del Nero, vamos correr o serííssimo risco de não nos classificarmos?


A Honesta Dilma Rousseff            


           Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba desde junho de 2015, como assinala a revista VEJA, a princípio se declarou inocente e rechaçou a possibilidade de ajudar as autoridades da Lava-Jato a esquadrinhar as entranhas do Petrolão.
             Além da permanência por um ano na cadeia - e o seu efeito se vê na foto de capa da Revista - "uma sucessão de fatos mudou suas convicções. Fracassaram todos os recursos  jurídicos e as armações políticas de bastidores para livrá-lo da prisão." A Lava-Jato descobriu que a Odebrecht tinha um setor específico para pagamento de propina que abastecia os partidos governistas e de oposição.
              "Em março, o juiz Sérgio Moro (...) condenou Marcelo a dezenove anos e quatro meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa."
               Diante desse fato inarredável, afinal se convenceu Marcelo Odebrecht que tinha de exercer o papel de delator que tanto desqualificara.
              "O alvo principal de suas revelações será a presidente-afastada Dilma Rousseff. " Segundo Marcelo, "a reeleição de Dilma foi financiada  com propina depositada  em contas no exterior."
              O que rastreou a Lava-Jato? "Repasse de três milhões de dólares da empreiteira para uma conta na Suiça do marqueteiro João Santana", que tratou das três  últimas campanhas presidenciais do PT.
              Foi igualmente mapeado pagamento de R$ 22.5 milhões ao marqueteiro, em dinheiro em espécie, entre outubro de 2014, quando Dilma conquistou a reeleição e maio de 2015.
               "Marcelo confirmará aos investigadores que, ao remunerar Santana, bancou despesas não declaradas da campanha da petista.
               Segundo foi apurado por VEJA, Marcelo Odebrecht dirá também que os detalhes do financiamento eleitoral eram combinados com Giles Azevedo, ex-chefe de gabinete da Presidenta afastada. Assinale-se que Giles faz parte de um grupo restrito  de amigos de Dilma.  Outro integrante dessa turma é Anderson Dorneles, ex-secretário-particular da petista, que é tratado como um filho por Dilma. Este começou a trabalhar com ela desde quando era adolescente no Rio Grande do Sul. Na presidência, Anderson cuidava das coisas pessoais de Dilma, do telefone à agenda. Fazia-lhe companhia em sessões de cinema e jantares no Alvorada.
                Conforme Marcelo Odebrecht, o menino de Dilma lhe pediu ajuda em dinheiro. A contribuição foi dada por meio de pagamentos periódicos. O empreiteiro promete listá-los.  A Lava-Jato já tem o caminho. Investiga o repasse de R$ 50 mil da Odebrecht a Douglas Franzoni Rodrigues, amigo do peito de Anderson, que ocupou cargos no Ministério de Minas e Energia, na Casa Civil e na agência reguladora do setor de transportes.
                  Na lista de propinas da Odebrecht, Douglas tem o codinome "Las Vegas", referência ao fato de que ele e Anderson se tornaram habitués das festas e eventos mais badalados do país, nos quais realizavam  gastos incompatíveis com seus respectivos salários. Bons amigos da dupla, como empresários e lobistas com interesses no governo, faziam questão de bancar esses gastos.
                    Na delação de Marcelo, ficará claro que os cinquenta mil reais eram para Anderson e que Douglas cumpria apenas o papel de laranja na transação. Em fevereiro passado, o menino de Dilma foi demitido "a pedido".  Lorota.  A presidente afastada mandou-o  para casa ao saber que Anderson e Douglas tinham se tornado sócios em um bar no Estádio Beira-Rio, do Internacional, em Porto Alegre.  Assinale-se que o dito estádio foi reformado pela Andrade Gutierrez, outra empreiteira do Petrolão.             
                     "Durante o governo do  PT, a Odebrecht multiplicou por seis o seu faturamento, que passou de R$ 17,3 bilhões para R$ 107,7 bilhões.  Marcelo sempre encheu o ex-presidente Lula de elogios e cifrões.  O empresário capitaneou  o movimento "Volta, Lula" em 2014,  doou 4,6 milhões de reais ao Instituto Lula, pagou R$ 3 milhões por suas palestras, e ainda por cima, contratou o sobrinho da primeira esposa do petista.
                      "Com Dilma, a relação nunca foi amistosa.  Menos de um mês antes de ser preso, Marcelo se encontrou com a Presidenta no México. Queria ajuda para se proteger da Lava-Jato. Arrogante, ele a advertiu de que o avanço das investigações, ao contrário de o que ela pensava, poderia igualmente fulminá-la.
                         A presidente pareceu despreocupada, segundo relatam testemunhas.  Irritado, o empreiteiro  comentou com assessores que tinha dúvida se ela era "autista" ou "artista", empregando ambas as expressões em tom pejorativo. 
                          Cerca de 50 altos funcionários da Odebrecht devem fechar acordo de delação premiada. Fornecerão detalhes de pagamento de propina aos políticos mais importantes do país.  Nas campanhas de 2010 e 2014, a empreiteira distribuíu cerca de cem milhões de reais, à margem da lei, aos candidatos.  VEJA apurou que serão citados nominalmente treze governadores e 36 senadores, entre os quais o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves. "A Odebrecht também pagou  por fora despesas da campanha presidencial dele, exatamente como fizera com Dilma", garante advogado da empreiteira.
                             Desde que decidiu tornar-se delator premiado, Marcelo ganhou nova disposição e também boas notícias.
                              Trocou o Complexo Médico-Penal, um Presídio, pela carceragem da Polícia Federal.  Por sua vez, o Juiz Sérgio Moro suspendeu o andamento de um processo contra ele. Agora, na delação premiada ele se valerá de seus costumes meticulosos. Como tem o hábito de anotar tudo, está prestes a desfrutar os benefícios legais previstos para os delatores, o que tenderá a inquietar muita gente.

E o ex-Presidente Lula, como fica ?

              O comportamento de Leo Pinheiro seguiu um padrão similar ao de Marcelo Odebrecht.  Amigo de Lula, com quem conversava com frequência e compartilhava bons charutos,  Pinheiro, como é chamado, após ser preso pela Lava-Jato, relutou o quanto pôde em negociar a delação.  Aos familiares, ele dizia que tinha um dever de lealdade com Lula.  A temporada atrás das grades, a condenação a dezesseis anos de prisão e os problemas de saúde dobraram sua resistência.
              Praticamente desvendado o quebra-cabeça do petrolão, ele se viu obrigado a falar do petista às autoridades, em tentativa de ter  a sua pena reduzida.
               É letal, o que contou até agora, nas conversas preliminares.  Disse que o ex-presidente atuava como lobista da OAS e era devidamente remunerado. Nesse contexto, afirmou que foi o próprio Lula quem lhe pediu que reformasse  o sítio em Atibaia (aquele que Lula usa, e diz que não lhe pertence).
                Nesse contexto, Pinheiro contou ter tratado diretamente com o ex-presidente das melhorias que seriam feitas no sítio, que ganhou campo de futebol, tanques de peixes e outras benfeitorias proporcionadas pela OAS e também pela Odebrecht.
                Em anexos da delação, Pinheiro falou sobre o tríplex no Guarujá, reservado à família do ex-presidente.  Segundo ele, a OAS considerava a unidade 16-A "o apartamento de Lula". Ele era o proprietário do imóvel até sua existência ser revelada pela imprensa.  Segundo Pinheiro, o ex-presidente até pensou  em desistir do apartamento, mas lá no início, quando a obra era tocada pela Bancoop, uma cooperativa de bancários de São Paulo que quebrou depois de ter seus recursos desviados para o caixa do PT. Quando a construção do prédio passou para a OAS, Lula mudou de idéia, seduzido pelas vantagens oferecidas pelo amigo. Pinheiro visitou o tríplex com o petista e ofereceu-se para reformá-lo. Assim foi feito, sem que o favorecido tivesse de desembolsar  um centavo.  Com a revelação da reforma do tríplex "foi tudo cancelado", explicou Pinheiro e o imóvel foi posto à venda pela OAS.
                     Ainda no campo dos favores pessoais, o empreiteiro contou que deu um emprego ao marido de Rosemary Noronha, a amiga íntima de Lula, demitida do cargo de chefe  do escritório da Presidência em São Paulo, depois de ter sido flagrada em tráfico de influência. A pedido de Lula, Rose, como é chamada, também ganhava uma mesada da OAS.
                       Da mesma maneira de Marcelo Odebrecht, Pinheiro confessou ter repassado, via caixa dois, dinheiro para a reeleição de Lula, em 2006, e para as duas campanhas presidenciais de Dilma, em 2010 e 2014. A verba, explicou Leo Pinheiro, saía de uma espécie de "fundo de propina", contabilidade paralela que registrava as comissões devidas  ao PT por obras federais. Nesse caixa estavam, por exemplo, os milhões  de reais pagos por intermédio dos ex-ministros  Antonio Palocci e Erenice Guerra pelas obras da Usina de Belo Monte.
                         Por outro lado, segundo foi apurado pela revista VEJA, no que concerne às campanhas de Dilma, Pinheiro deixou claro que tratou da  propina com o ex-Ministro da Fazenda, Guido Mantega e com o ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que o orientaram a combinar a forma de repasse com Edinho Silva, tesoureiro da reeleição e ex-ministro de Comunicação Social. Se homologada, a delação da OAS atingirá pelo menos 30 políticos, inclusive do PMDB e do PSDB  . O empreiteiro também disse que o senador Aécio Neves é um velho beneficiário de propinas da OAS.  Como exemplo, citou as obras do Centro Administrativo do Estado de Minas Gerais, construído por nove empreiteiras, quase todas envolvidas no Petrolão, a um custo de R$ 1,2 bilhão de reais.



( Fonte:  VEJA )  

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