O Escrete de Dunga
É muito difícil de
entender a escolha de Dunga pela CBF. Ou não é, se adentrarmos o reino do
Senhor Del Nero, e que até agora continua na chefia de nossa Confederação, e tudo
que diz respeito ao futebol.
Nesse contexto, não se pode esquecer a
frase "a guerra é demasiado importante para ser deixada aos
generais". Quem a disse foi o político francês Georges Clemenceau, ao
ensejo de o que então era chamada de "A grande Guerra", e, mais
tarde, infelizmente, pela Primeira Grande Guerra.
O Brasil deve aplicar o dito de
Clemenceau ao futebol. Entregar a
responsabilidade pela seleção a alguém como Dunga, mais do que
irresponsabilidade, é burrice.
A tétrica experiência na Copa da África
do Sul bastaria em qualquer outro pais para afastar da seleção o treinador
Dunga.
O erro está sendo repetido pela campanha
da seleção brasileira, modelo Dunga, tanto nas eliminatórias para a Copa,
quanto para essa Copa América (além da tentativa do ouro nas próximas
Olimpíadas).
Um zero a zero em que nos podemos
considerar sortudos (pois não é o que juiz não validou um frango de Alisson ?)
O Brasil tem que fazer uma limpa na
CBF, quanto mais cedo, melhor. E não é só o técnico que se deve afastar. É
necessária uma intervenção na CBF, e ela tem de partir do Poder Executivo, eis
que o Congresso, como o demonstrou a comissão de Romário, pode ter boas
intenções, mas pelo visto lhe falta poder para colocar na CBF quem defenda o
interesse do Brasil, e não esteja ligado à direção anterior, parte da qual está
presa nos Estados Unidos.
Nesse contexto, se tem de agir com
presteza. Ou queremos incorrer em outro
vexame histórico, depois dos sete a um de Belo Horizonte? Não ser
classificado para a próxima Copa retiraria do Brasil o que só ele possui até
hoje, vale dizer é o país da única
seleção que participou de todas as Copas do Mundo.
Ou será que para proteger a
camarilha de São Paulo, ora chefiada por Del Nero, vamos correr o serííssimo risco
de não nos classificarmos?
A Honesta Dilma Rousseff
Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba desde junho de
2015, como assinala a revista VEJA, a princípio se declarou inocente e rechaçou
a possibilidade de ajudar as autoridades da Lava-Jato
a esquadrinhar as entranhas do Petrolão.
Além da permanência por um ano na cadeia
- e o seu efeito se vê na foto de capa da Revista - "uma sucessão de fatos
mudou suas convicções. Fracassaram todos os recursos jurídicos e as armações políticas de
bastidores para livrá-lo da prisão." A Lava-Jato descobriu que a Odebrecht
tinha um setor específico para pagamento de propina que abastecia os partidos
governistas e de oposição.
"Em março, o juiz Sérgio
Moro (...) condenou Marcelo a dezenove anos e quatro meses de prisão por
corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa."
Diante desse fato inarredável,
afinal se convenceu Marcelo Odebrecht que tinha de exercer o papel de delator
que tanto desqualificara.
"O alvo principal de suas
revelações será a presidente-afastada Dilma Rousseff. " Segundo Marcelo,
"a reeleição de Dilma foi financiada
com propina depositada em contas
no exterior."
O que rastreou a Lava-Jato?
"Repasse de três milhões de dólares da empreiteira para uma conta na Suiça
do marqueteiro João Santana", que tratou das três últimas campanhas presidenciais do PT.
Foi igualmente mapeado pagamento
de R$ 22.5 milhões ao marqueteiro, em dinheiro em espécie, entre outubro de
2014, quando Dilma conquistou a reeleição e maio de 2015.
"Marcelo confirmará aos
investigadores que, ao remunerar Santana, bancou despesas não declaradas da
campanha da petista.
Segundo foi apurado por VEJA,
Marcelo Odebrecht dirá também que os detalhes do financiamento eleitoral eram
combinados com Giles Azevedo,
ex-chefe de gabinete da Presidenta afastada. Assinale-se que Giles faz parte de
um grupo restrito de amigos de
Dilma. Outro integrante dessa turma é Anderson Dorneles,
ex-secretário-particular da petista, que é tratado como um filho por Dilma.
Este começou a trabalhar com ela desde quando era adolescente no Rio Grande do
Sul. Na presidência, Anderson cuidava das coisas pessoais de Dilma, do telefone
à agenda. Fazia-lhe companhia em sessões de cinema e jantares no Alvorada.
Conforme Marcelo Odebrecht, o
menino de Dilma lhe pediu ajuda em dinheiro. A contribuição foi dada por meio
de pagamentos periódicos. O empreiteiro promete listá-los. A Lava-Jato
já tem o caminho. Investiga o repasse de R$ 50 mil da Odebrecht a Douglas
Franzoni Rodrigues, amigo do peito de Anderson, que ocupou cargos no Ministério
de Minas e Energia, na Casa Civil e na agência reguladora do setor de
transportes.
Na lista de propinas da Odebrecht, Douglas tem
o codinome "Las Vegas",
referência ao fato de que ele e Anderson se tornaram habitués das festas e eventos mais badalados do país, nos quais realizavam gastos incompatíveis com seus respectivos
salários. Bons amigos da dupla, como empresários e lobistas com interesses no
governo, faziam questão de bancar esses gastos.
Na delação de Marcelo,
ficará claro que os cinquenta mil reais eram para Anderson e que Douglas
cumpria apenas o papel de laranja na transação. Em fevereiro passado, o menino
de Dilma foi demitido "a pedido".
Lorota. A presidente afastada
mandou-o para casa ao saber que Anderson
e Douglas tinham se tornado sócios em um bar no Estádio Beira-Rio, do
Internacional, em Porto Alegre.
Assinale-se que o dito estádio foi reformado pela Andrade Gutierrez,
outra empreiteira do Petrolão.
"Durante o governo do PT, a Odebrecht multiplicou por seis o seu
faturamento, que passou de R$ 17,3 bilhões para R$ 107,7 bilhões. Marcelo sempre encheu o ex-presidente Lula de
elogios e cifrões. O empresário
capitaneou o movimento "Volta,
Lula" em 2014, doou 4,6 milhões de
reais ao Instituto Lula, pagou R$ 3 milhões por suas palestras, e ainda por
cima, contratou o sobrinho da primeira esposa do petista.
"Com Dilma, a
relação nunca foi amistosa. Menos de um
mês antes de ser preso, Marcelo se encontrou com a Presidenta no México. Queria
ajuda para se proteger da Lava-Jato. Arrogante, ele a advertiu de que o avanço
das investigações, ao contrário de o que ela pensava, poderia igualmente
fulminá-la.
A presidente pareceu
despreocupada, segundo relatam testemunhas.
Irritado, o empreiteiro comentou
com assessores que tinha dúvida se ela era "autista" ou
"artista", empregando ambas as expressões em tom pejorativo.
Cerca de 50 altos funcionários da
Odebrecht devem fechar acordo de delação premiada. Fornecerão detalhes de
pagamento de propina aos políticos mais importantes do país. Nas campanhas de 2010 e 2014, a empreiteira
distribuíu cerca de cem milhões de reais, à margem da lei, aos candidatos. VEJA apurou que serão citados nominalmente
treze governadores e 36 senadores, entre os quais o presidente nacional do
PSDB, Aécio Neves. "A Odebrecht
também pagou por fora despesas da
campanha presidencial dele, exatamente como fizera com Dilma", garante
advogado da empreiteira.
Desde que decidiu
tornar-se delator premiado, Marcelo ganhou nova disposição e também boas
notícias.
Trocou o Complexo
Médico-Penal, um Presídio, pela carceragem da Polícia Federal. Por sua vez, o Juiz Sérgio Moro suspendeu o
andamento de um processo contra ele. Agora, na delação premiada ele se valerá
de seus costumes meticulosos. Como tem o hábito de anotar tudo, está prestes a
desfrutar os benefícios legais previstos para os delatores, o que tenderá a
inquietar muita gente.
E o ex-Presidente Lula, como fica ?
O comportamento de Leo Pinheiro seguiu um padrão
similar ao de Marcelo Odebrecht. Amigo
de Lula, com quem conversava com frequência e compartilhava bons charutos, Pinheiro, como é chamado, após ser preso pela
Lava-Jato, relutou o quanto pôde em negociar a delação. Aos familiares, ele dizia que tinha um dever
de lealdade com Lula. A temporada atrás
das grades, a condenação a dezesseis anos de prisão e os problemas de saúde dobraram
sua resistência.
Praticamente desvendado o
quebra-cabeça do petrolão, ele se viu obrigado a falar do petista às
autoridades, em tentativa de ter a sua
pena reduzida.
É letal, o que contou até agora,
nas conversas preliminares. Disse que o
ex-presidente atuava como lobista da OAS e era devidamente remunerado. Nesse
contexto, afirmou que foi o próprio Lula quem lhe pediu que reformasse o sítio em Atibaia (aquele que Lula usa, e
diz que não lhe pertence).
Nesse contexto, Pinheiro contou ter tratado
diretamente com o ex-presidente das melhorias que seriam feitas no sítio, que
ganhou campo de futebol, tanques de peixes e outras benfeitorias proporcionadas
pela OAS e também pela Odebrecht.
Em anexos da delação, Pinheiro
falou sobre o tríplex no Guarujá, reservado à família do ex-presidente. Segundo ele, a OAS considerava a unidade 16-A
"o apartamento de Lula". Ele era o proprietário do imóvel até sua
existência ser revelada pela imprensa. Segundo
Pinheiro, o ex-presidente até pensou em
desistir do apartamento, mas lá no início, quando a obra era tocada pela
Bancoop, uma cooperativa de bancários de São Paulo que quebrou depois de ter
seus recursos desviados para o caixa do PT. Quando a construção do prédio
passou para a OAS, Lula mudou de idéia, seduzido pelas vantagens oferecidas
pelo amigo. Pinheiro visitou o tríplex com o petista e ofereceu-se para
reformá-lo. Assim foi feito, sem que o favorecido tivesse de desembolsar um centavo.
Com a revelação da reforma do tríplex "foi tudo cancelado",
explicou Pinheiro e o imóvel foi posto à venda pela OAS.
Ainda no campo dos favores
pessoais, o empreiteiro contou que deu um emprego ao marido de Rosemary
Noronha, a amiga íntima de Lula, demitida do cargo de chefe do escritório da Presidência em São Paulo,
depois de ter sido flagrada em tráfico de influência. A pedido de Lula, Rose,
como é chamada, também ganhava uma mesada da OAS.
Da mesma maneira de Marcelo Odebrecht, Pinheiro confessou ter
repassado, via caixa dois, dinheiro para a reeleição de Lula, em 2006, e para
as duas campanhas presidenciais de Dilma, em 2010 e 2014. A verba, explicou
Leo Pinheiro, saía de uma espécie de "fundo de propina",
contabilidade paralela que registrava as comissões devidas ao PT por obras federais. Nesse caixa estavam, por exemplo, os
milhões de reais pagos por intermédio
dos ex-ministros Antonio Palocci e
Erenice Guerra pelas obras da Usina de Belo Monte.
Por outro lado,
segundo foi apurado pela revista VEJA, no que concerne às campanhas de Dilma,
Pinheiro deixou claro que tratou da
propina com o ex-Ministro da Fazenda, Guido Mantega e com o
ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que o orientaram a combinar a forma de
repasse com Edinho Silva, tesoureiro da reeleição e ex-ministro de Comunicação
Social. Se homologada, a delação da OAS atingirá pelo menos 30 políticos, inclusive do PMDB e do PSDB . O empreiteiro também disse que o senador Aécio Neves é um velho beneficiário
de propinas da OAS. Como exemplo, citou
as obras do Centro Administrativo do Estado de Minas Gerais, construído por
nove empreiteiras, quase todas envolvidas no Petrolão, a um custo de R$ 1,2
bilhão de reais.
( Fonte: VEJA )
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