Vexame olímpico ?
Segundo noticiou ontem a Rede Globo e hoje o New York
Times, o laboratório instalado pela
autoridade olímpica brasileira para testar eventual doping dos atletas participantes nas Olimpíadas do Rio de Janeiro
foi fechado pelo organismo internacional encarregado.
A razão aventada foi que o citado
laboratório anti-doping - que
testaria todos os atletas participantes no próximo grande evento internacional
- não atenderia às prescripções ora vigentes.
Em resposta, a autoridade brasileira
declarou que se tratava de um equívoco, e que um contato com o organismo
internacional sanaria as dúvidas eventualmente existentes.
A verificar...
Vexame nacional ?
O antigo jogador Romário
- que começou sua carreira futebolística no Vasco da Gama - sempre se assinalou
pela respectiva astúcia e esperteza no seu campo de atuação.
Por força de sua personalidade,
Romário manteve posição em que, se se podia por vezes discordar da respectiva
linha de ação, não se poderia decerto pôr em dúvida a respectiva inteligência e
objetividade, quer na defesa dos interesses dos jogadores, quer agora na
votação do impeachment de Dilma Rousseff.
Por isso, Romário tem feito boa
carreira política, tanto como Deputado pelo PSB, quanto agora como Senador
representando o Rio de Janeiro. Nessa última eleição ele venceu sem maiores
dificuldades o veterano político e ex-prefeito do Rio, Cesar Maia.
Romário tem sido incluído
ultimamente entre os "indecisos" no voto a respeito da confirmação do
impeachment para a Presidente Dilma
Rousseff.
No entanto, a coisa não para aí.
Corre o boato - que espero não seja de boa fonte - que Romário estaria
ativamente considerando a hipótese de pedir licença, para que assuma o seu
suplente, João Batista Lemos, que é do PCdoB!
Quero crer que isto não seja
verdade. Primeiro, porque vai contra a reconhecida inteligência de Romário, que
estaria, ao fazer essa prá lá de dúbia jogada, desmoralizando-se ao prestar-se
a tal lance, em que ele pretextaria uma desculpa qualquer e entregaria o voto a
seu suplente, um parlamentar do PCdoB,
que todos sabemos caudatário do PT, o
que implicaria em mais um voto para que a incrível Dilma Rousseff volte à
Presidência.
Há gestos, meu caro Romário, que
marcam uma pessoa e mostram o seu caráter. Você tem a oportunidade de mostrar
ao que veio, reiterando o voto a favor do impeachment
de Dilma.
Mas se prefere dar um tiro no pé,
você estará desmoralizado como político: a) primeiro, porque recorre
a um pedido de licença que cheira mal;)
b) segundo, porque fazendo
assim, V. não engana ninguém, pois está apenas cedendo a faca para que outrem
golpeie o Presidente interino...
( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo )
De Censura e Magistratura
Ministra do STF defende jornalistas do
Paraná
A recente - e singular -
ação conjunta de juízes no Paraná, contra jornalistas paranaenses, a pretexto
da divulgação pelo jornal "Gazeta do Povo" pela sua reportagem que divulgou salários e benefícios por esses
magistrados, mereceu oportuna censura da Ministra Carmen Lúcia, no 11° Congresso
da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Carmen Lúcia que - em boa hora -
será a próxima Presidente do Supremo e do CNJ, sucedendo ao Ministro Ricardo
Lewandowski, afirmou nessa oportunidade: "o dever da imprensa não pode ser
cerceado de maneira nenhuma".
Como se sabe, os magistrados do Paraná
chocaram a Nação com uma série de 48 ações instauradas de forma coordenada
contra jornalistas da "Gazeta do Povo", motivadas pela circunstância
de que as reportagens divulgavam seus salários e benefícios.
A tal propósito, a magistrada - com o
mesmo caráter incisivo com que derrubara a censura de biografias,
vergonhosamente vigente por demasiado tempo - afirmou: "Quem está no espaço público tem uma esfera de privacidade
diferente de quem está em casa. Dizer quanto o juiz ganha não está no espaço da privacidade. É o
cidadão quem paga. Ele tem o direito de saber."
Fora a mordaça do CNJ!
É de
ver-se com grande prazer que em breve
a Ministra Carmen Lúcia sucederá à presidência do Supremo Tribunal Federal, no
que substituirá o Ministro Ricardo Lewandowski.
Durante a sua gestão na presidência
do Supremo, o Ministro Ricardo Lewandowski orientou tal período pela respectiva
discrição. Nesse contexto, ficaria eu assaz surpreso se Sua Excelência se
manifestasse - como acaba de fazê-lo a Ministra Carmen Lúcia - contra a ação
coordenada por magistrados paranaenses no que toca aos jornalistas que
publicaram reportagens sobre os salários e benefícios recebidos por juízes
paranaenses.
Essa surpresa, de resto, não houve
nas inúmeras restrições impostas durante
o biênio sob Lewandowski à atuação do Conselho Nacional de Justiça, manietando
além disso a ação da respectiva Corregedora.
Sob a Ministra Carmen Lúcia - quem
não terá presente a sua posição contra a censura nas biografias, longo tempo
tolerada - não tenho decerto dúvidas de que tanto no CNJ, se afastarão as
restrições de índole burocrática do período Lewandowski, assim como a postura
corporativa que vê na ação propositiva do CNJ uma ameaça para a judicatura,
quando a índole desse órgão proposto pelo Ministro Jobim é a de modernizar e
afastar o vezo corporativo nos juizados de primeira e segunda instância, que
tanto emperra a modernização e a democratização de nossos juízes.
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