terça-feira, 21 de junho de 2016

Hillary e os problemas de Trump

                           

       Os últimos percentuais da campanha presidencial americana indicam 45% para Hillary e 39% para Trump.
       Terminadas as primárias, os dois candidatos se preparam para as respectivas Convenções, a de Filadelfia, relativa aos democratas, e  Cleveland, que concerne aos republicanos.
        Como tem sido a característica geral, as convenções já têm os respectivos candidatos escolhidos. Ambos os partidos ainda não escolheram os vices, e por enquanto é apenas um jogo de adivinhação.
         Hillary está passando em revista os possíveis vices. É um trabalho que tem envolvido boa parte de seu staff. Se podemos resumir a prescrição da candidata democrata, o seu segundo (as mulheres estão excluídas por óbvias razões) terá de somar com a cabeça de chapa, ser de preferência relativamente jovem, e proveniente de estado que possa ser útil para a votação global de Hillary. Além de ser simpático e integrado, carece de ser um bom subchefe na chapa democrata.
         Enquanto a campanha de Hillary procura ser um relógio,  afastado aparentemente o principal incômodo, resta outra função de importância na próxima Convenção. Trata-se de neutralizar - enquanto tal seja possível - Bernie Sanders. Vale dizer, encontrar um nicho para Bernie Sanders, de modo a integrá-lo no esforço dos democratas. Tudo isso, é lógico,  na medida da possibilidade que uma personalidade como o independente Senador por Vermont seja suscetível  de adaptar-se a uma posição ajustada na equipe democrata ora vencedora.
          Não pode haver maior contraste entre os times de Hillary Clinton e de  Donald Trump. Enquanto aquele se assinala pela ordem e a não-improvisação, o do republicano, conforme as próprias características sui generis, é quase o oposto.
           Agora, a imprensa revela que os fundos de campanha de Trump estão muito baixos  - neste junho possuía em dinheiro US $ 1.3 milhão, que como assinala o New York Times é montante que pareceria mais próprio para uma candidatura a deputado na Casa de Representantes...
           Já Hillary levantou US$ 28 milhões em maio, e teria hoje cerca de US$ 41 milhões. A equipe do republicano tem setenta pessoas, e a de Hillary, cerca de setecentas...
           Também os orçamentos nas campanhas de anúncios para a televisão põem a nu esta enorme disparidade em termos de dinheiro. 
             Em blog anterior, se havia notado, como se fora falha na administração da campanha de Trump, que os ataques de Hillary pela tevê (verberando o temperamento do candidato do GOP, as suas declarações absurdas e o seu incrível deboche e zombaria contra  reporter com defeitos físicos) tenham ficado sem resposta. Agora se verifica que Trump não tinha outra saída, senão não reagir aos anúncios agressivos de sua rival. Pois, faltava-lhe a erva necessária para responder às críticas da direta rival...
             Para somar-se a esta situação caótica,  Trump demitiu recentemente o seu chefe de campanha, Corey Lewandowski. Este tinha procurado tornar qualidade uma situação de carência. Temos de ser mais eficazes, mais eficientes, por sermos mais magros, dizia.
            Forçado pela situação, Donald Trump depende mais em termos de fundos do Comitê Nacional Republicano.  Por isso,os republicanos acreditam poder compensar a partida tardia de Trump em termos de fundos de campanha. 
              Por enquanto, contudo, são os democratas que estão liderando na coleta de dinheiro para a campanha. E o próprio Trump se encarrega de confundir as bolas.  Na campanha, ele se mostra disposto a pagar do próprio bolso as despesas, o que absolutamente não facilita o trabalho de seus auxiliares, que vão bater à porta de ricos republicanos, para pedirem cheques de seis dígitos.
                Depois de ouvir que o candidato Trump  vai pagar do próprio bolso,  é difícil para esses ricaços entenderem o porquê de  os ajudantes de Donald  virem pedir-lhes polpudas contribuições...

( Fonte:  The New York Times )

             

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