Na noite de terça, catorze de junho, terminada a campanha das primárias -
Hillary ganhou a última, no distrito federal de Washington, com 79% dos votos,
o que reflete mais uma vez a sua força com os Afro-americanos - os dois
candidatos democratas se reuniram para discutir acerca dos próximos passos a
serem tomados.
Ao contrário de Hillary, no que tange a
Barack Obama, em 2008, Bernie Sanders não antecipou o seu apoio para a próxima
eleição.
Dadas as altercações no processo das
primárias, os dois pré-candidatos se mostraram reservados a princípio.
A discussão transcorreu sobre a posição
a ser tomada pelo partido Democrata no processo eleitoral, a importância da
união dos democratas, assim como o modo de enfrentar a ameaça colocada por
Donald Trump.
Depois dos trancos e barrancos do
processo das primárias, não era de esperar que Sanders apoiasse sem restrições
a candidata vencedora.
Hillary, no entanto, tendo vencido,
espera que o challenger lhe dê agora
o seu pleno apoio. Durante as primárias, dezesseis milhões de americanos
votaram nela, o que lhe rendeu 2800 delegados. Por sua, o adversário recebeu
doze milhões de votos, e quase 1900 delegados.
O processo mostrou dois aspectos
inegáveis: Hillary é a candidata do Partido Democrata, e Bernie Sanders foi um
formidável adversario. As estatísticas são, contudo, inequívocas: no processo das primárias, dezesseis milhões
de americanos sufragaram Hillary e doze milhões, Bernie Sanders. Traduzido em
delegados, o processo atribuíu 2800 a Hillary e quase 1900 a Sanders.
Por isso, na sua primeira reunião,
depois dos entreveros das primárias,
ambos os lados e sobretudo o perdedor, ainda não tomou qualquer iniciativa no
sentido de apoiar a candidatura vencedora. É de notar-se que entre o público
que apoiou Sanders (sobretudo jovens, estudantes e aqueles mais à esquerda) 28%
afirmou que não votaria em Hillary.
De qualquer forma, há consenso sobre
dois pontos: a ameaça à democracia colocada por Donald Trump; e a necessidade
da união do partido Democrata para a próxima campanha. Também a campanha das
primárias foi descrita como um exercício produtivo...
Além disso, voltando ao Capitólio -
onde está o Congresso estadunidense - o Senador Sanders - que lá não aparecia
há vários meses - foi bastante festejado por seus colegas democratas.
Em breve se terá a Convenção de
Filadelfia, que ratificará o processo das primárias e decidirá sobre a próxima
chapa eleitoral do partido e sua plataforma.
O lado de Hillary acompanha com a
previsível atenção qual será a posição de Sanders no que tange à próxima fase
decisiva da campanha presidencial.
É o que se verá no futuro. Por
seu lado, a campanha a ser realizada por Donald Trump, dadas as características
atípicas do candidato é um enigma que pode devorar a muita gente.
Não é só o GOP que deve estar
nervoso e inseguro. Também os democratas não podem baixar a guarda, porque
muito estará em jogo nesse embate.
De que essa eleição, totalmente
sem precedente se tivermos presentes os embates dos últimos decênios, pode
trazer no seu bojo, somente o oráculo de Delfos se atreveria a dar prognóstico,
sobretudo pelo caráter enigmático com que vestia as respectivas previsões.
( Fonte: The New York Times )
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