sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Colcha de Retalhos E 32

                              

Novo ataque de Janot contra Temer


         A nova e presumivelmente última investida do Procurador-Geral contra o Presidente Michel Temer  superou, na aparência sem maiores dificuldades, a petição de suspeição formulada pelos advogados do presidente, dado o curto intervalo em relação à primeira denúncia  do mesmo Procurador-Geral Rodrigo Janot,  baseada esta na delação dos irmãos Batista.
          Os causídicos de Temer increparam o caráter julgado obsessivo do procedimento.  A queixa anterior fora rechaçada  há pouco pela Câmara de Deputados. Para surpresa de alguns, entra o país em nova denúncia presidencial, movida pelo Procurador-Geral, que está nos dias finais das respectivas funções.

         É de notar-se  que nenhum Presidente até o presente tivera sido objeto desse tipo de procedimento jurídico. O relator da Lava-Jato no STF, ministro Edson Fachin, ao rejeitar o pedido de suspeição, assinalou que o Procurador-geral goza de "independência funcional" para conduzir as investigações sobre o presidente. Dessarte, com a anuência de Fachin, foi devolvido o acordo de delação para que a Procuradoria-Geral da República faça ajustes à delação  do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do PMDB.
           Entre investigadores, a expectativa é de que o pedido de Fachin por alterações no acordo não atrase o envio ao STF de nova denúncia contra Temer. A segunda acusação contra o peemedebista, com base na delação dos acionistas do Grupo J&F, preparada pela equipe de Janot, deve chegar à Corte antes do feriado do 7 de setembro.

          Cabe notar, outrossim, que o criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, defensor do presidente, afirmou que Janot extrapola "em muito os seus limites constitucionais e legais", ao adotar, por motivações pessoais, uma "obsessiva conduta persecutória" contra o presidente.  
           Já o Ministro Fachin considerou que um eventual fatiamento de denúncias  contra Temer "não indica parcialidade" de Janot e não configura causa de suspeição "na medida em que cada apuração é marcada por amadurecimento em lapso temporal próprio."


O que fazer de Dilma Rousseff?


            Ricardo Galhardo, em artigo no Estadão desta quinta, observa: "um ano depois do impeachment, a presidente cassada Dilma Rousseff é vista  por setores amplos do PT como uma página a ser virada. Embora o discurso oficial seja de martirização  de Dilma e a militância apoie a ex-presidente, alas petistas a consideram culpada pela derrocada do partido e uma ameaça para a volta de Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto."

                Dadas condições de evidente inconstitucionalidade que determinaram  o tal fatiamento constitucional ao ensejo do impeachment, com a aprovação do próprio então Presidente do STF, Ricardo Lewandovski, constitucionalmente encarregado de presidir a respectiva comissão para lidar com os pormenores jurídicos da implementação do impeachment determinado pelo Senado,  Dilma poderá candidatar-se nas próximas eleições a Senado ou Câmara.
  
                No entanto, nas chamadas "conversas reservadas", dirigentes partidários assinalam que se ela for derrotada na disputa por cadeira no Senado, seja no Rio Grande, seja no Rio de Janeiro, causaria mais desgaste ao PT.

                    Entrementes, as críticas antes em sigilo, vem agora  à tona.  O  próprio Lula,  em entrevista à radio de Salvador, explicitou falhas de Dilma na condução da política e da economia. Além disso, observou  que ela podia ter tomado a decisão de não se candidatar à reeleição.



( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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