segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O Pós-eleição de Ângela Merkel

                              

         A confirmação do governo de Ângela Merkel, com a sua vitória nas eleições de ontem, 24 de setembro,  com 32.5 da votação geral, mostra de um lado, as resistências encontradas  (foi o menor total de apoio, se comparado com as três eleições anteriores), e por outro, o inegável carisma da Chanceler.
          Por sua vez, o parceiro na coalizão, o SPD, anunciou por intermédio de seu líder, Martin Schulz , que não seguirá na grande coalizão, pois os 20% da votação recebida estão bem abaixo de suas projeções. A mudança no cenário político germânico não cria maiores dificuldades para a Merkel, que reconstituirá a necessária maioria com os votos da CSU - que é a sucursal bávara da CDU, esta última o partido da Merkel.  Os candidatos a formarem aliança com os cristãos-democratas estão entre os do FDP (FreiDemokratisch-Partei) liberais e os verdes.
            É inegável, no entanto,  que os cerca de 13,5% obtidos pela AfD (Alternativa para a Alemanha) colocam no Bundestag , que é a Assem-bléia Federal, um partido da execrável linha nazista. É um fenômeno que vemos, com os matizes nacionais, aparecer  tanto na França, com Marine Le Pen, na Grécia, com a Aurora Dourada, e, por conseguinte, não parece suscetível de ser localizado.
           A extrema-direita é, decerto, particularmente incômoda - e pelas óbvias conotações, particularmente na RFA - mas ela, em geral, responde a condições de inadaptação a certas situações, como, v.g. , o aumento da presença de correntes étnicas em determinado país, em que parte majoritária da população tende a vê-las como potencial ameaça. A res-posta democrática, como é a da Merkel, será sempre a mais apropriada.
             Tampouco a postura do Presidente Trump é a mais inteligente, ao continuar - como agora se verifica - a tentar criar óbices de imigração a estrangeiros, na linha da ultradireita do húngaro Viktor Orban. A sua primeira investida terminara, como se sabe, com a memorável resposta da testemunha democrata às perguntas de Senador Ted Cruz,  republicano pelo Texas, que teve de bater em apressada retirada, diante da inesperada e brilhante réplica da testemunha, que havia sido sumariamente exonerada pelo Presidente Trump, do seu posto interino na Secretaria de Justiça. O episódio em apreço foi objeto de menção específica pelo blog.


( FonteThe New York Times )

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