sábado, 30 de setembro de 2017

Rocinha: os Militares em retirada

 

        Desejada ansiosamente pelo governo estadual de Pezão,  a ocupação militar da Rocinha, que contou com o empenho do Ministro Raul Jungmann (PPS-PE), ao cabo de uma semana se desfaz. Nenhuma prisão de chefe do tráfico foi realizada nesses sete dias.
           Além do recolhimento de armas, a permanência do destacamento foi bastante breve.  A grande crise que afronta o governo do Rio de Janeiro terá decerto muitas causas. A administração Sérgio Cabral pelo seu índice de corrupção - de que o governador, que a princípio despontara como um novo valor para o Rio, por motivos surpreendentes jogou fora marcante perspectiva de liderança política, e se deixou enredar por uma floresta de comissões e outros ganhos ilícitos. Ele que era esperança da esquerda - e para tanto disporia, em várias comissões, do apoio pontual do PT - acabaria afundando junto com o partido de Lula.
             Quanto ao torneiro-mecânico que virou presidente cabe ora esperar como o TRF-4 vai julgar a sentença condenatória do Juiz Sérgio Moro - as perspectivas não são boas, por uma recente decisão dos desembargadores que é a primeira câmara superior no caminho da Lava-Jato. Por sua vez, a cascata de condenações que se inicia na Lava-Jato carioca com o igualmente bom juiz Marcelo Bretas se encaminha para outra vertente, que visa a resolver segundo a Lei as estripulias da Turma do Lenço.
             Quanto aos problemas do Estado e do governador Pezão, essas visitas de médico das ocupações militares, se continuarem a seguir tais parâmetros de brevidade, quem poderá acreditar em sã mente que possam resolver algo de forma duradoura?
              Milagres não ocorrem nesse gênero de questão.
              O problema principal a ser enfrentado é o malogro da medicação recomendada pelo ex-Secretário Beltrame.  Sério e honesto, ele já bateu em retirada, vencido pela falta de recursos, confiança, e apoio da Administração.
              As UPPs, o que são atualmente? A começar pela de Santa Marta, que veio para marcar o início de nova era, e nas demais, qual é a situação da luta contra o tráfico?
               Visitas de médico, que se caracterizam pela brevidade, que significado podem ter? A fortiori,  quando o paciente está acometido por enfermidades bem mais sérias, que demandariam resolução, empenho e recursos que por ora não se vêem na antes alegre terra carioca ?
           
( Fontes:  Folha de S. Paulo,  O Globo )

Nenhum comentário: