quarta-feira, 27 de setembro de 2017

A boa Lei resiste

                    

      Embora o Congresso seja republicano - o GOP tem maioria nas duas Casas - a despeito da furiosa pressão vinda da Casa Branca, cujo morador atual não suporta a permanência de Lei aprovada no início do mandato do Presidente Barack Obama - a Lei do Tratamento Custeável - e malgrado a oposição que lhe é feita por muitos líderes republicanos, mas não todos, e capitaneada pelo sucessor Donald Trump, a tentativa de substitui-la por outra lei, com grandes lacunas, que lhe retiravam o suporte indispensável às  classes menos favorecidas (no clássico modelo republicano), acabou morrendo na clássica prova da má legislação.
       Por diversos motivos, o líder Mitch McConnell soou a corneta da retirada. O mais importante está no cômputo dos votos. Um a um foram caindo os apoios à nova lei. Como todo fracasso, essa investida contra o detestado (pelo Tea Party e outras franjas reacionárias do Partido Republicano) Obamacare mostrou estar carente daquilo que é indispensável no Congresso - o número bastante de sufrágios que esteja disposto a enfrentar o Flak adversário e transformar o projeto republicano no substitutivo da maioria.
         John McCain fora o primeiro a mostrar que não seria exatamente um passeio o enterro da reforma da saúde aprovada por votos democratas, no primeiro biênio da Administração Obama. Os substitutivos, lançados de afogadilho,  pela desenfreada incitação do presidente Donald Trump, se chocavam com a realidade que punha em risco diversos mandatos de senadores republicanos, por negarem o apoio dado pela presente lei àqueles contribuintes americanos, de baixa ou média renda.
           Por outro lado, existem diversos senadores republicanos que pensam possível fazer a reestruturação dos impostos, sem carecer de votos democratas. Dada a complexidade da matéria, careceria da aprovação de outro projeto de orçamento, de modo a proteger o projeto de um filibuster democrata, o que de novo poria a assistência sanitária no centro das atenções nas próximas eleições de meio-termo. E como há vários senadores republicanos em situação desconfortável no seu reencontro com os eleitores, as possibilidades de aprovação desse tipo de legislação não são das melhores.  



( Fonte: The New York Times )

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