terça-feira, 6 de junho de 2017

Posição do Brasil sobre a Venezuela

                              
        Parece-me sensata e oportuna a posição a respeito da Venezuela, expressa pelo Ministro Aloysio Nunes, publicada hoje pelo Estado de S. Paulo. Já está longe o tempo em que a cadeira de Rio Branco esteve ocupada por representantes que não expressavam o sentir da maioria dos brasileiros.
        Há frases do artigo do Ministro Aloysio Nunes que informam a nossa posição e a da maior parte daqueles que desejam o restabelecimento da democracia na Venezuela: "O que motivou a Reunião de Chanceleres foi a constatação de que o estado democrático de direito deixou de vigorar na Venezuela". Aí vemos "a arbitrariedade de um governo que cerceia as liberdades fundamentais de seus cidadãos, destrói a independência do Judiciário, ignora a voz do Legislativo, sufoca a Oposição e se nega a organizar eleições."
          E não ficamos por aí: "Prisioneiros políticos e de consciência lotam os porões do regime. O saldo crescente de mortos e feridos, resultante dos confrontos entre oposicionistas e forças governamentais nas ruas, é um verdadeiro escândalo (...)"
           A despeito das "opiniões diversas, do ponto de vista político ou ideológico, sobre o governo venezuelano, mas o fato inegável é que, a cada dia, aumenta o número de cidadãos venezuelanos vitimados por uma impiedosa repressão governamental. Até quando isso vai continuar?"                  "Não podemos deixar o povo venezuelano desamparado. Nosso continente já sofreu demais o flagelo do autoritarismo."
            Por isso, "o governo brasileiro está firmemente comprometido com a criação de condições para uma saída política e pacífica para a Venezuela, que deve ser encontrada pelos próprios venezuelanos com o apoio e a facilitação de um grupo representativo  de países e da OEA."
            "Entre os países-membros da OEA, há reconhecimento generalizado da gravidade da crise, da urgência  de um fim imediato para a violência e da necessidade de um diálogo efetivo, real entre o governo e a oposição, com vistas à definição  de um cronograma de transição política pacífica.
           "O grupo de países composto por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Paraguai, Panamá, Peru e Uruguai já apresentou uma proposta sólida para avançar nesse sentido."
            "Preocupa-nos, em especial, a convocação pelo governo venezuelano de uma Assembleia Constituinte segundo procedimento que está à revelia do princípio do sufrágio universal inscrito na própria Constituição bolivariana. Trata-se de medida que, além de alijar ainda mais o Poder Legislativo legítimo, provocará seguramente, se não for revertida,a radicalização cada vez maior  da crise politica e o alastramento da violência.
              "Estamos trabalhando com os países caribenhos da OEA para aproximar a proposta deles  da nossa e, assim, fortalecer nossa atuação conjunta  em defesa da democracia e da paz na Venezuela."
               "Não posso deixar de enfatizar a trágica dimensão humanitária da crise. Milhares de cidadãos venezuelanos atravessam todos os dias a fronteira com o Brasil. Vem (...) compelidos pela escassez na Venezuela de gêneros indispensáveis  à sobrevivência. (...)
               "A crise humanitária é consequência direta da privação de direitos sofrida pelos venezuelanos. Defendemos o respeito aos princípios democráticos para que o povo da Venezuela possa voltar a ser senhor do próprio destino."  


( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

Nenhum comentário: