domingo, 18 de junho de 2017

Ao Exmo. Sr. Prefeito do Rio de Janeiro (2)

                                   
        Vendo o abandono em que se encontra o Rio de Janeiro,  fico a perguntar-me  quais são os reais objetivos do senhor Prefeito do Rio de Janeiro.

        Além de sua viagem a Brasília, já mencionada anteriormente,  com a intenção declarada  de colher aprovação do Supremo Tribunal para nomear o próprio filho para Chefe de Gabinete. Como é conhecida a posição do STF quanto à designação de parentes de autoridades - com o óbvio objetivo de evitar-se o nepotismo - pareceu-me ter sido aquilo que os ingleses chamam de 'wild goose chase' a sua ida à Brasília, na companhia do filho.

          Mas deixemos de lado esse aspecto, pois como pai procuro entendê-lo de maneira não tão estrita. No entanto, convenhamos que, se um órgão colegiado como o Supremo tem posição formada sobre uma questão, qualquer missão destinada a convencê-lo do contrário está fadada a baixíssima perspectiva de êxito.
           Voltemos, no entanto, à nossa cidade órfã. Ela está carecendo e muito de um prefeito mais ativo. Não sei se o seu homólogo paulistano, que pensa ter fumaças presidenciais, seria bom exemplo nesse particular.
           Mas, convenhamos, as suas atividades e o escrutínio a que a imprensa submete esse ambicioso tucano, dão ideia de atuação muito mais presente do que a sua.

           Por todo lado que se ande pela cidade do Rio de Janeiro - e não me estou referindo ao aspecto crítico da segurança que não lhe compete na quase totalidade - permita-me dizê-lo com franqueza o que deparo à minha volta - e olhe Excelência, que moro em bairro cantado em prosa e verso - abandono.
            Abandono nas faixas pedonais para que o pedestre, esta espécie ameaçada, possa atravessar os logradouros de Ipanema.  É lastimável o estado da pintura, que é de anos atrás.
             Por outro lado, como ao pedestre são concedidos 8 segundos nas faixas pedonais exclusivas, e levando-se em conta que os semáforos das vias principais não dispõem dos chamados pardais, o que está acontecendo é que ônibus e táxis não costumam respeitar sinais amarelos e mesmo vermelhos  do sinal que teoricamente já está aberto para os pedestres. Mas os ônibus e os táxis, por saberem que não há pardais, em geral ignoram o primeiro sinal vermelho e até o segundo, se o espaço entre eles é muito pequeno, como ocorre, v.g. no cruzamento entre as ruas Visconde de Pirajá e Farme de Amoedo, onde há dois sinais,e não é raro que os motoristas de ônibus cruzem as duas pistas no vermelho.
               Não sei por que  os pardais foram retirados  desses semáforos.  Como os motoristas e os taxistas ignoram solenemente o vermelho, a única maneira de fazê-los obedecer a essa comezinha regra de trânsito é aplicar o pardal. Com isso, ganham os pedestres mais segurança, os motoristas de ônibus e de táxi mais juízo, e Vossa Excelência mais dinheiro para o erário da Prefeitura, proveniente das multas.  E se há este brutal desrespeito às faixas pedonais e aos semáforos, com eventuais sérias consequências, está mais do que em tempo de fazê-los aprender  que respeitar as leis do trânsito cabe não só aos fracos (transeuntes), mas também aos motoristas de ônibus, táxis e carros, e que ignorar as leis do trânsito se traduz em pontos na carteira, e no pagamento de taxas.


                Na penalização das infrações dos motoristas, sejam eles amadores ou profissionais, há também a função pedagógica, ditada pela inevitável perda de tempo no seu pagamento. Seria um dos poucos efeitos louváveis da burocracia do trânsito. Aqui o tempo perdido pode ter função pedagógica, ensinando ao motorista revel que é também mais interessante para ele evitar as infrações no trânsito. Economiza não só no tempo e no dinheiro gasto, mas também evita aumentar os pontos na carteira.   




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