quarta-feira, 21 de junho de 2017

Derrota do partido Democrata?

                                

         Os derrotados terão algum dia razão? Quando leio na imprensa americana - e no próprio New York Times - série de motivos para reconhecer que os democratas não têm razão e que devem, por conseguinte, conformar-se com a ordem das coisas, peço vênia para mudar um tanto a interrogação e perguntar quando algum dia os derrotados terão razão em algo?
           Com a devida vênia, não posso senão lembrar-me do chefe gaulês Breno que ao vencer aos romanos - quando Roma ainda era uma pequena cidade - lançou a própria espada na balança que pesava o botim exigido  dos perdedores, com a expressão:
           "Vae victis!"  (ai dos vencidos!).
            Em vão, o lado perdedor tentará reclamar da sorte. A derrota, seja pelas armas, seja pelos votos, não se discute. Apenas se busca entendê-la.
            Nessa eleição extra, que saíu com resultado apertado (diferença de cerca 1,5%) havia primeiro a característica republicana da circunscrição (há mais de quarenta anos ali não vence um democrata...).
           Em segundo lugar, entre Nancy Pelosi - a lider democrata de bancada que é minoritária na Câmara de Representantes por conta do gerrymander praticado em boa parte das circunscrições dessa Câmara baixa - e Donald Trump, qualquer pessoa de bom senso ficará com a representante democrata.
           Em terceiro lugar, mais dia ou menos dia, a Administração Trump deve ir à breca.
            As próximas investigações - quanto à alegada colusão entre o candidato republicano e a influência russa - deverão determinar o grau dessa interferência. A candidata democrata - que venceu na votação popular (que infelizmente não conta nada nos States) - foi prejudicada e feio, pela interferência do chefe do FBI (com as suas prá lá de estranhas advertências quanto ao tal de canal privado do computador de Hillary justamente durante esse voto antecipado), mas, infelizmente, é tarde para chorar sobre o leite derramado (apesar de terem exagerado na dose).
              Sem embargo, pode ser que as investigações sobre Trump esclareçam mais sobre a tal influência russa (leia-se Putin).
               Não vejo, no entanto, nada para chorar nessa eleição extraordinária na Georgia. Será apenas mais uma etapa nesta caminhada.
                Deixemos à Administração Trump o espaço necessário para piorar ainda mais os seus índices de aprovação.
                 Sozinho, Donald Trump pode comprovar-se como o melhor cabo eleitoral do Partido Democrata.


( Fonte: The New York Times )

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