terça-feira, 24 de maio de 2016

Primeira Crise de Temer

                    

       Temer enfrenta a sua primeira crise, com a saída de Romero Jucá. O Presidente confiou na capacidade e na liderança de Jucá, porém não teve presente, como devera, a condição do Ministro do Planejamento de investigado na Lava-Jato.
        Surgiu agora o grampo e só os Candide acreditarão no acaso. Por isso, todo o cuidado será pouco, pois o interesse das forças adversárias será  enfraquecer e, se possível, desmoralizar a nova Administração, para não tornar assim tão difícil uma reviravolta no processo do impeachment.
        Por isso, o Presidente interino não vacilou, e não tentou manter o correligionário, em cuja atuação confiara.
        Como assinala o colunista de  Globo, Merval Pereira, é necessário ter presente que a tarefa precípua à frente é a de restabelecer  a confiança da sociedade no governo e na política.
         Houve, decerto, episódios no novel governo Temer que vão na contramão desse sentir, como na tentativa de nomear  o advogado Antonio Mariz para Ministro da Justiça, o que desvelou insensibilidade para a possibilidade de eventual atuação que vá na contramão da grande maioria da sociedade.
          Como pensar neste seu amigo que assinou manifesto contra as delações premiadas, e que tinha críticas  à atuação da P.F. , do Ministério Público e da Lava-Jato?  O próprio Jucá, a sua conhecida eficiência e traquejo administrativo o terão feito esquecer a circunstância de ter problemas com a Lava-Jato?
            No mesmo contexto, provoca certa estranheza a indicação de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Nesse sentido, os próprios auxiliares de Temer  sentem que o próximo na lista a ser alvo de exposição é o político potiguar.  No caso de Alves, por uma "dívida de gratidão", ele foi o primeiro ministro de Dilma Rousseff a deixar o cargo para acompanhar a decisão do PMDB  de desembarcar do governo petista.
             Como noticia O Globo, o PGR Rodrigo Janot  pediu a inclusão do nome de Henrique Alves e outros políticos, entre eles o ex-Presidente Lula da Silva, no maior inquérito em curso na Lava-Jato. As evidências contra Alves apareceram em trocas de mensagens com dirigentes executivos da OAS. Há no entanto de parte de deputados do PMDB a posição de que o governo deva "ter paciência com Alves".
                Segundo o deputado Hugo Motta (PMDB-PB) "Os ministros são investigados, mas não estão condenados. No caso do Jucá teve o agravante do áudio, o que não tem com o Henrique".
                 O senhor Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e homem de confiança de Renan Calheiros, acompanhado de audio flagrou o Ministro do Planejamento em conversa com Machado sobre um pacto contra a Lava-Jato.  Nessa gravação de março, Jucá  disse ao ex-senador  que era preciso"estancar a sangria"  causada pela operação, conforme estampa  O Globo em primeiríssima página.
                  Segundo consta, Machado também grampeou o Presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-presidente  José Sarney - o que terá deixado a cúpula do PMDB alarmada.

 

( Fonte:  O  Globo  )

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