sábado, 28 de maio de 2016

Ameaçadas as Olimpíadas no Rio ?

                         

        Contra as Olimpíadas no Rio persiste  ameaça difusa, cujos desdobramentos são adiamento ou transferência para outra sede.
        De início, a contestação partira de  Cidade que pleiteara a sede e fora vencida pelo Rio de Janeiro. Recordo-me de manifestações mais violentas que motivaram protesto de jornal de Chicago que punha num poster  manifestante exaltado, com o comentário de que tal  era de esperar...
        A medida que o certame se aproxima, e muita vez com o respaldo do não atendimento dos compromissos assumidos em Copenhague pela Delegação brasileira, se amiudam de parte de atletas e de abaixo-assinados por médicos, as tentativas para a transferência da sede ou o adiamento dos jogos.
        As três maiores ameaças estão na situação social do Rio de Janeiro, com o avanço da criminalidade; o cínico descumprimento das promessas assumidas; e a temida epidemia do zika virus.
        Esta última motivou Carta à Organização Mundial da Saúde, endossada por 150 especialistas de todo o mundo (médicos e cientistas de Harvard, Yale, nos EUA e Oxford, no Reino Unido. - há uma brasileira signatária, Débora Diniz, especialista em bioética e professora na UNB).
         Os subscritores pedem que a OMS reveja com urgência recomendações sobre o Zika, que causa microcefalia em fetos de mulheres grávidas. Também já se determinou que o vírus  pode ser transmitido  por relação sexual.
         A par de citar o "fracasso" no programa da erradicação do mosquito vetor da moléstia e a fragilização do sistema de saúde no Rio, a carta menciona, outrossim, o risco desnecessário colocado quando 500 mil turistas estrangeiros  acompanharem os jogos, "potencialmente adquirem o vírus e voltam para casa, podendo torná-lo endêmico."
         O que não tem faltado no que concerne à Olimpíada, são cartas de atletas e abaixo-assinados, que encarecem transferência ou adiamento por motivos de poluição e de ameaça à saúde de atletas, notadamente nos desportos aquáticos.
          A nadadora americana Lynne Cox, em correspondência para o jornal The New York Times - ela  pretendia participar das prova aquática em Copacabana - alerta a sociedade para o perigo da poluição (vinda dos esgotos) na praia famosa. Reportei-me ao seu apelo, no  blog "As Águas Poluídas da Guanabara", datado  de 5 de maio corrente.  É importante assinalar que essa ameaça à saúde poderia ter sido evitada, eis que os representantes brasileiros se comprometeram em Copenhague a despoluir a baía da Guanabara, através da instalação dos necessários equipamentos.  É lamentável que nada tenha sido feito. Nem mesmo na Lagoa Rodrigo de Freitas - que se pretende despoluir das descargas ilegais de esgoto sanitário - alguma providência foi tomada,   ainda que por sua extensão seria obra de fácil realização e grande benefício social.
            Há decerto outra ameaça que é a da segurança (já houve  assaltos a atletas que vieram antecipadamente para os jogos).
             A resposta das autoridades responsáveis costuma ser a do silêncio, contando sem dúvida com a cercania dos jogos. A parte material recebe o noticiário previsível, e, sem trocadilho, as mesmas pessoas calam olimpicamente sobre as diversas advertências e abaixo-assinados.
             Ao invés de responder, ou - o que seria preferível - articular reação convincente, com as providências que cabem à vista da iminência dos Jogos,  vemos nos jornais, não um diálogo, mas incessante coro de protestos e inquietantes ameaças quanto à ameaça de não-realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro.




( Fontes: Folha de S. Paulo,  O  Globo, The New York Times ).

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