segunda-feira, 30 de maio de 2016

Ganso e a Seleção

                                    
        Ganso, que nesta  temporada atua pelo São Paulo, é um raro crack no meio-campo, que teima em jogar bem - como ontem, quando marcou o único gol da vitória do São Paulo contra o Palmeiras, no combatido clássico do futebol paulista, disputado no quadro do Brasileirão.
         Desde muito, enquanto mediocridades e veteranos tem sido chamados para a seleção, Ganso - que antes jogara no Santos - e se entendia bem com Neymar, continua a mostrar de suas  qualidades de meio-campo, uma espécie em extinção no futebol brasileiro.
          No entanto, a falta de elo entre defesa e ataque tem levado o incrível Dunga a experiências surpreendentes, enquanto destituídas de elementar  bom senso.
          A crise atravessada pelo futebol brasileiro - se rasgada pela vergonhosa goleada dos sete a um em Belo Horizonte - continua a mostrar-se debaixo de claros, inconfundíveis sinais como a atual colocação nas eliminatórias para a Copa do Mundo.
          A descaracterizada CBF, chefiada por Marco Polo Del Nero - que nem do Brasil se anima a viajar - já explica um tanto que a seleção esteja entregue a alguém cuja incapacidade  já foi cabalmente demonstrada pelo desastre da eliminação na África do Sul. 
          Agora, Dunga monta seleção que com toda a crise que o nosso futebol atravessa não explica o sexto lugar nas eliminatórias. Convoca Cacá que com toda a sua simpatia não mais tem o jogo de antes, ignora Ganso e coloca em posição esdrúxula a Neymar.
           Thiago Silva, por outro lado, é ignorado. Essa seleção não representa o Brasil, e parece um expresso que vai ganhando velocidade inercial para a inevitável eliminação.
            A CBF há muito tempo grita, clama mesmo por intervenção. O futebol é atividade séria e importante demais para ser deixada a cuidado de Del Nero e de Dunga. Estamos brincando com a vergonha, ao tirarmos Neymar da colocação natural, ao ignorarmos a importância de Ganso, e não chamarmos de volta a Thiago Silva e a Marcelo, enquanto mantemos os bons valores que apesar das idiossincrasias do técnico repontaram na seleção.
             Temos de chamar sangue novo para a seleção antes que seja tarde demais, e quando digo sangue novo refiro-me a toda seleção, que carece de ser reforçada. Precisamos de um técnico digno desse nome, de um presidente da CBF que possa acompanhar o scratch, e que tenha estatura e curriculum para tanto.
               Vamos pôr um basta nas experimentações de grandes jogadores fora de suas posições, nas tolas implicâncias de um treinador medíocre, e de representante da CBF que, por estranhas motivações, passou a ter medo de viajar ao estrangeiro.
                O retrato atual da seleção é de combinado medíocre que parece destinado à triste sina de primeiro time na história do futebol brasileiro que tropeça nas eliminatórias e que está seriamente ameaçado de, por primeira vez, não participar da próxima copa. Diante da crise que se avoluma, diante das más atuações do scratch brasileiro, o que se está esperando para pôr em campo um team que realmente corresponda ao potencial de nosso futebol, e não seja a criatura deformada de um técnico que já falhou uma vez?
                 Chega de experiências e de experimentos  que nos recordam a mediocridade que explica o naufrágio da Africa do Sul. Quando precisou reformular a seleção, pela perda de um valor, merecidamente expulso, Dunga olhou para o banco - que ele próprio montara - e não havia ninguém com qualidade para pôr em campo!
                 Há ainda muitos valores no futebol brasileiro, se tivermos a coragem e a determinação de apontá-los. Façamo-lo de modo a pinçar sempre os melhores. Não nos restrinjamos pela idiossincrasia da mediocridade, pelas prevenções, e por manias e superstições. Vamos ter coragem de assumir  escalação que realmente reflita os grandes craques  de nosso futebol, e não os preferidos e queridinhos de um técnico que parece mais cercado de prevenções e da sua grande mediocridade.
                    Depois de tanto tempo continuamos com a lanterna de Diógenes a procurar gente para a equipe, quando chegaríamos facilmente a um scratch dos melhores, se nos despojarmos dos rancores e das implicâncias. Vamos ter coragem de escalar os melhores!

                     É preciso uma intervenção já na Seleção! É hora de esquecer as picuínhas e escolher os melhores!

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