sábado, 7 de maio de 2016

O que esperar de Temer ?

                    

            Na floresta política, Michel Temer está tomando uma trilha que é similar à de sua predecessora Dilma Rousseff.
            Após tentar reduzir o número de partidos a controlarem ministérios - o que lhe permitiria confiar pastas como a do Itamaraty com a área de Comércio Exterior  - parece que mudou de ideia, dando prioridade à maior distribuição de pastas entre os partidos, o que supostamente lhe ajudaria a ter maioria no Congresso.
              Não me atrevo a recomendar que, ao assumir, resolva apresentar à Nação um ministério de notáveis. E explico de pronto o porquê: o Brasil atravessa uma fase de escassez de notáveis.
              No entanto, uma coisa é copiar a 'solução' de Dilma. Abarrotar o gabinete ministerial com a multiplicação das pastas, sob o pretexto de que é a única fórmula de governar o Brasil. Fazê-lo seria condenar a sua administração - e de saída - à dílmica mediocridade.
              Há exemplos que já fazem duvidar das perspectivas do Governo Temer. Entregar a Ciência e Tecnologia ao PRB dos evangélicos não é sério.
               Mas estarrece que Michel Temer depois de oferecer o Itamaraty a José Serra, dando-lhe, outrossim, a competência do comércio exterior, terá voltado atrás, dando o dito por não dito, e transformando mais de uma vez o Comércio Exterior em pasta separada.
               O projeto inicial fazia muito mais sentido. Serra é um grande nome, e teria condições de retirar a pasta de Rio Branco da mediocridade em que caíu pelo seu parcelamento ao PT na América Latina, assim por motivos que só a mediocridade profunda de Dilma poderia explicar a razão pela qual condenou o Itamaraty a ser Pasta de ínfimos recursos, chegando a estar na rabeira das dotações, e na incapacidade de honrar as quotas de pagamento às instituições internacionais, a começar pelas Nações Unidas.
                Dilma Rousseff é uma figura lamentável na República, sem presença alguma na cena internacional, e servida por funcionários medíocres, que só se preocuparam em atender-lhe os caprichos, em geral em detrimento da instituição.
                 A oportunidade de entregar o Ministério do Exterior a pessoa do nível político e técnico de José Serra - fazendo de resto voltar ao Itamaraty a responsabilidade pelo Comércio Exterior - mostraria ao que vem o gabinete Temer. A alternativa é simples: inchar o Ministério com mediocridades ou oportunistas, para ter maior apoio político, é solução falsa.
                   Falsa porque entregar ministérios a representantes de partidos, sem experiência ou tino para a grande política, é condenar-nos ao esquema a um tempo corrupto e medíocre dos governos petistas de Dilma  Rousseff.
                    O parcelamento do poder para obter da colcha de retalhos dos partidos - que já estão próximos de representarem quarenta ideologias! - a sustentação na Câmara e no Senado das propostas da administração Temer não significa nada, a não ser um xerox de mediocridade e da corrupção que caracterizaram o petismo de Dilma Rousseff.
                   De o que o Brasil precisa é de  reforma fiscal conjugada com reforma administrativa. É de esperar-se que o empreguismo desenfreado iniciado por Lula ao assumir, inchando os gastos correntes, e continuado pela sua discípula Dilma, seja não só terminado, como dos quadros burocráticos sejam cortadas as nomeações abusivas, para que tenhamos um Estado ágil e eficiente.
                      Além de opor-se ao empreguismo desenfreado, é mais do que tempo de restabelecer o título universitário para os DAS, recuperando o que sob Lula da Silva fora cortado, para melhor estufar os quadros burocráticos de apedeutas do PT e das agremiações dele clientes.
                       Há várias reformas a serem feitas, e carece começar pela fiscal, para acabar com essa vergonha do impostômetro, e com essa mentalidade de multiplicar os impostos e as taxas, criando um dédalo de tributos que em grande parte se perde no ralo imenso da corrupção.
                        Os corruptos - e os filhos dos corruptos - devem ser afastados dos cargos públicos.
                         O Presidente deve escolher os melhores. Com grandes nomes, estará dado o exemplo ao Congresso, que precisa deixar de trabalhar apenas dois dias por semana. O parlamentar deve seguir o exemplo do trabalhador brasileiro: este não tem atalhos, nem três folgas por semana, nos dias úteis.
                          O programa da nova Administração deve ser o do trabalho nos dias úteis e a escolha dos melhores para os postos políticos. Fujamos da inchação dos privilégios e das semanas de dois dias e meio.

                           Vamos prestigiar o Congresso e criar condições para que grandes, maiúsculos nomes surjam. Como, por exemplo, Jarbas Vasconcellos para presidir a Câmara dos Deputados.  Devidamente representados, os Poderes da República voltarão ao equilíbrio que determinou o artigo 2 da Constituição Cidadã. 

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